Dia da Mulher: Que nós não aceitemos, sem reflexão ou resistência, os papéis que nos oprimem, pede jornalista conquistense

Jornalista, Feminista e Perita Técnica da Polícia, Lays Macedo faz reflexão sobre direitos e conquistas sociais das mulheres nos últimos anos

Foto: Reprodução/Instagram


Março é considerado o mês de luta das mulheres. Foram elas que, em 1917, na Rússia, marcharam contra a fome e pelo fim da I Guerra Mundial. Eram operárias. Naquele dia marcaram a história. Com a Revolução, tornou-se a data que referencia “a mulher heroica e trabalhadora”. Desde então, o mundo adotou a data de 8 de Março.

O momento para alguns é de reflexão sobre direitos da mulher e conquistas sociais em uma sociedade que estampa assustadores números em seus anuais “Mapas da Violência”.

De lá pra cá houve muitos avanços, mas sempre após muita luta. E para falar um pouco sobre essa pauta, convidamos a Jornalista, Feminista e Perita Técnica da Polícia, Lays Macedo.

 

MEGA: Por que o Dia Internacional da Mulher não pode passar batido e deve estar na pauta o ano inteiro?

Lays: Por conta de todo apagamento e negativa diários de espaços às mulheres, eu acredito que devamos mesmo celebrar a data. Mas não como um dia festivo. O Dia da Mulher precisa ser marcado pela luta, mobilização e reconhecimento de pautas feministas, com impactos dessas construções e reverberações por todo ano.

 

MEGA: Quais são os desafios do feminismo no tema dos direitos sexuais e reprodutivos e como podemos superá-los?

Lays: O controle do corpo da mulher não é pauta nova. Desde o início da socialização machista, somos controladas pelo Estado, Igreja e núcleo familiar. Claro, as coisas vão sendo alteradas por meio de lutas sociais, arranjos e dispositivos legais são alterados, mas ainda são mantidas formas de dominâncias sobre mulheres. Desde a negativa ao aborto legal e seguro até em violências obstétricas, falta de acesso a métodos contraceptivos, negativa de humanidade com a pobreza menstrual, ausência de políticas públicas de educação sexual e direitos reprodutivos eficientes etc., são tiradas de nós chances de discutir com responsabilidade e de conduzir nossos corpos com autonomia.

 

MEGA: Como é ser mulher em uma profissão majoritariamente masculina?

Lays: Difícil, cheio de enfrentamentos que eu me disponho a ter. Porém, a minha profissão é também lugar onde consigo atuar como agente de acolhimento e de transformação sociopolítica.

 

Foto: Reprodução/Instagram

 

MEGA: O conservadorismo e o machismo avançaram ou diminuíram nos últimos anos?

Lays: As pessoas estão muito mais confortáveis em demonstrarem lados preconceituosos e atrasados por conta do nosso cenário político atual. Discursos discriminatórios e retrocesso de pautas políticas têm sido fomentados pelo presidente e seus aliados com muita recorrência.

 

MEGA: Como surgiu o interesse em criar um perfil no Instagram com conteúdo voltado ao feminismo?

Lays: Sou mulher de voz, de fala, de escrita. O jornalismo e a minha personalidade me movem assim, é o feminismo é a construção diária de ideais que eu acredito e busco. A ideia do meu perfil (@docedepimentas) é dar vazão ao que eu sou, ao que me engajo.

 

Foto: Reprodução/Instagram

 

MEGA: Qual a mensagem você deixa para as mulheres?

Lays: Mulheres, se informem e se acolham. Somos nós por nós mesmas na maioria das vezes. Muitas vozes são caladas para evitar que tenhamos avanços e reconhecimento de humanidade dentro da nossa socialização. Que nós não aceitemos, sem reflexão ou resistência, os papéis que nos oprimem.


 

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