Casos de dengue começam a ser relatados e diagnosticados com mais frequência em Vitória da Conquista neste começo de ano. Segundo dados do boletim epidemiológico do município e divulgados pela Prefeitura, apenas no mês de janeiro, cerca de 800 casos chegaram a ser notificados, entre eles 142 confirmados para dengue, 29 para chikungunya e um para zika.

Segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Governo Federal, a Bahia tem 4.068 casos notificados de dengue só no começo deste ano, com duas mortes registradas pela doença, uma na cidade de Caetité e outra em Jacaraci. A Bahia segue com 13 cidades em alerta de epidemia de dengue, são elas: Bonito, Novo Horizonte, Piatã, Morro do Chapéu, Lajedão, Rodelas, Macaúbas, Jacaraci, Piripá, Encruzilhada, Cordeiros, Vitória da Conquista e Ipiaú.

As fortes chuvas são motivos aparentes para o aumento do número de casos, devido ao acúmulo de água parada. Os órgãos públicos seguem solicitando a colaboração da população na prevenção da proliferação do mosquito.

Mesmo com seus quase 800 casos de doenças relacionadas ao mosquisto Aedes aegypti sob suspeita e com alerta de epidemia de dengue, Vitória da Conquista ficou de fora da lista de municípios que receberam do Governo Federal doses da vacina contra Aedes aegypti.

O estudante Michael Costa, que está sob suspeita da doença, realizou o teste nessa sexta-feira (16). Mas por conta do grande número de casos, está na lista de espera do resultado.

“Os sintomas começaram no domingo antes do carnaval, fui ao médico na quinta, depois de ter febre por quatro dias. Fiz o teste hoje (sexta-feira), mas por conta da demanda, o resultado só deve sair daqui cerca de 15 dias”, diz Michael.

O estudante expressa sua opinião sobre a situação e faz um apelo à gestão pela vacina.

“O aumento de casos é preocupante. Percebemos um aumento muito grande no número de mosquitos. Quanto ao poder público, a gente fica na expectativa da vacina e cobra que haja mais políticas públicas de conscientização e de combate ao mosquito. Um exemplo são os carros que pulverizam inseticida e que, mesmo com o surto dos últimos dias, não têm circulado pela cidade”.

Na sessão da Câmara realizada nessa sexta-feira o tema foi debatido no legislativo. A vereadora Lúcia Rocha (MDB) falou sobre o aumento de casos divulgados pelos dados da Sesab (Secretaria de Saúde da Bahia) e de como precauções tomadas em conjunto são necessárias.

“Nesse momento é preciso medidas de prevenção, combate a transmissão e tratamento da doença. Isso envolve o Governo Federal, o Governo do Estado e Município. É necessário uma colaboração dos três poderes a fim de enfrentar esse momento”.

A vereadora ainda enfatizou que entrou em contato com o Governo do Estado para solicitar envio de carros fumacê como suporte aos agentes de endemias.

“A demanda é gigante para os agentes darem conta do serviço com o número de agentes que temos na cidade”, concluiu.