QUEM CALADO VENCE?

  • Laís Sousa

Foto: Divulgação


 

Por Laís Sousa

 

O mês de fevereiro deste ano teve o menor número de eleitores jovens da história, com cerca de 830 mil jovens com o título. Algo precisava ser feito. Faz alguma coisa, Anitta! 

E no Twitter o furacão não se calou: “Então agora é isso hein... me pediu foto quando me encontrou em algum lugar? Se for maior de 16 eu só tiro a foto se tiver foto do título de eleitor”. 

Se não é por conscientização, que seja por influência ou estímulo. Não há vitória na imparcialidade ou omissão com o que nos afeta, direta ou indiretamente. Sobretudo, uma urgência: não dá mais pra perder… 

Na sabedoria popular entende-se que abrir o bico dá tão certo quanto a contagem de grão para encher o papo. Na prática, buscar conhecimento e propagar é tão eficiente quanto a urna eletrônica registrando cada voto. Aqui está a vitória do povo! 

No mês de março foram registradas pouco mais de 1 milhão e 50 mil pessoas da faixa etária aptas para votar. A alta se deu após, não só Anitta, mas diversos artistas, influenciadores digitais, organizações da sociedade civil e de instituições públicas e privadas decidiram não se calar. Eles participaram da ação proposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para conscientizar sobre a importância de obter o documento e participar das eleições gerais deste ano.

Em nenhuma idade e por nenhuma circunstância, mesmo que seja o cansaço e a descrença, o eleitor-cidadão pode assumir a condição de coadjuvante no processo eleitoral. Muito além de um dever, o exercício é um direito de participar na formação de um governo legítimo em que se preserve a democracia tão arduamente conquistada.

Embora quando pensamos no processo eleitoral nos venha à cabeça candidatos e partidos políticos em um processo bem amarrado nos interesses deles próprios e acompanhados por órgãos estatais (Poder Judiciário, Ministério Público e polícia) é o eleitor-cidadão quem tem a ganhar, mas pode perder, e muito, a depender da concessão da vitória em um cargo ou mandato temporário.

Para que eles garantam suas vitórias é interessante que estejamos calados. Enquanto isso eles falam, nem sempre verdades, mas o que alguns desejam ouvir. Eles prometem, o que normalmente não cumprem, mas convincente a ponto de angariar adeptos demais, falando demais, alto demais!

Quando calados, a vitória pode não ser nossa enquanto povo. O pouco de paz que buscamos acontecerá quando vozes caladas por tanto tempo ecoarem com sabedoria em seus espaços. 

O eleitor é aquele que comparece livre e conscientemente às urnas. O cidadão é aquele que tem o poder de fiscalizar as condutas. A menos que se sinta representado e satisfeito, há sempre o que se possa fazer - esse poder está no nosso maior grito: nos responsabilizar pelo voto.  

Até aqui entendemos que engolindo o choro a gente pode se afogar. Engolindo conhecimento a gente desinforma. Engolindo a seco, já se vão quatro anos de sufoco…  

Não devemos nos deixar vencer pelo cansaço, por omissão ou silenciamento. O problema não está em problematizar o que é problemático. É necessário levantar bandeiras quando a que simbolicamente nos uniu se degrada.  

Vale lembrar que o último sistema que nos calou foi a ditadura. Concordar era obrigado. Vitória de quem?

Apesar do aumento nas inscrições para o título, o número ainda é menor do que os mais de 1,5 milhão de adolescentes habilitados para votar em 2018. O prazo para se alistar ou mudar o domicílio eleitoral se encerra no dia 4 de maio. Ainda dá tempo! O processo pode ser feito por meio da internet, no Portal do TSE. Basta clicar em “Atendimento ao Eleitor”, selecionar “Tirar o 1º Título Eleitoral” e seguir as instruções da página…

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Sobre a autora: Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas vagas e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e comentarista por esporte sorte. Vamos fugir!

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Laís Sousa

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