O prazer antecede a nossa existência
Prazer em ser, em degustar, despir-se, no beijo, no abraço, na caminhada no fim da tarde, numa risada despretensiosa, em ser visto, desejado e amado. Somos cercados de prazeres desde o primeiro dia vivido aqui.
Exalar o prazer da nossa existência faz parte da nossa humanidade, infelizmente reprimida pelas convenções sociais e normas de comportamento. Daí não expressamos nossa sexualidade como ela realmente é e nos cobramos desmedidamente para atender a expectativa das pessoas ao nosso redor.
No sexo, somatizamos todos os prazeres cultivados em nossa existência. Por isso, o prazer quando sexual é tão magico, intenso e revigorante. Por outro lado, se a gente não cultiva prazer na vida, não teremos prazer no sexo.
O prazer é regado de afeto, conexões e autocuidado. Nosso corpo instintivamente suplica por doses diárias de prazer. Não somente entre quatro paredes. Inclusive, canalizar essa sensação apenas no sexo pode ser emocionalmente perigoso. De onde vem a sua fonte?
Freud dizia que cada indivíduo possui a sua própria fonte de satisfação interna e externa, em todas as fases da vida humana. Logo nos primeiros dias de vida, o acolhimento dos nossos genitores é a principal fonte de satisfação e sobrevivência. Ali no choro de um recém-nascido, ecoa essa necessidade, para além da nutrição ao ser amamentado por sua mãe.
Assim, segue-se nos anos seguintes: na satisfação em explorar o mundo cheio de novas descobertas durante a fase escolar, na primeira paixão e o início dos impulsos sexuais na adolescência, na busca pelo afeto e reconhecimento enquanto ser único quando adultos. Somos seres intensos e insaciáveis, até o nosso último suspiro aqui.
Entender o percurso da nossa história, nos leva a compreender melhor tudo que nos falta quando finalmente nos tornamos adultos. Prazeres reprimidos sufocam a nossa existência, individualidade e autonomia no sexo e na vida.
E agora ficou mais claro que o prazer é muito mais do que sexual? Te pergunto novamente: de onde vêm as suas fontes de prazer? Você sente prazer em ser quem é? Consegue expressar isso sem amarras?
