Com 35 anos de existência, ACIDE luta por um município com mais acessibilidade

  • Thaty Miranda
  • Atualizado: 26/03/2024, 10:49h

No último domingo (24), a Mega Rádio publicou uma matéria especial escrita pela jornalista Thaty Miranda sobre acessibilidade em Vitória da Conquista. Uma das fontes da matéria foi a presidente da ACIDE (Associação Conquistense de Integração do Deficiente), Karoline Rodrigues. Como sequência dessa matéria especial, publicamos nesta terça-feira um pouco da história da ACIDE.

ACIDE

Foi pensando em melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência que, em 1989, os amigos José Arcanjo, Luís Fernando, André Cairo, Marivalda Dias Irapuã Sampaio e sua esposa, Normélia Sampaio, que lutavam pela acessibilidade arquitetônica, ou seja, condição para que os PCDs pudessem se locomover em qualquer espaço com autonomia, fundaram a Associação Conquistense de Integração do Deficiente, a ACIDE, que atualmente está na Avenida Siqueira Campos, esquina com a Avenida Luís Eduardo Magalhães, no Bairro Candeias.

A ACIDE possui cerca de 300 associados. Destes, são atendidos diariamente, em média, 60. São pessoas das regiões Sudoeste da Bahia e Norte de Minas Gerais, de acordo com Karoline Rodrigues Quaresma, presidente da associação. São ofertados os serviços de alfabetização em braile, escrita cursiva, aulas de artesanato, orientação e mobilidade, psicologia, educação física, karatê, informática adaptada e estimulação visual.

Exceto o professor de Karatê e a psicóloga, que são voluntários, todos os profissionais que atuam na associação foram cedidos pela Prefeitura, através de uma parceria com a Secretaria de Educação do Município. “Desde as meninas da secretaria, o pessoal da portaria, os professores, a moça da merenda e a zeladores são cedidos pelo Município” afirma a presidente.


Karoline Rodrigues. Foto: Arquivo Pessoal

Karoline Rodrigues está à frente da ACIDE há pouco mais de um ano, mas como associada está há 16. Ela possui cegueira total e é professora de informática adaptada, que através de um leitor de telas, a plataforma Non Visual Desktop Access (NVDA), proporciona toda a autonomia para as pessoas com deficiência visual ou com baixa visão, no uso do computador. Ao invés do mouse, usam os atalhos do teclado.

A ACIDE é uma associação filantrópica, sem qualquer vinculação com governos, está inscrita no Conselho de Assistência Social e recebe recursos através de cofinanciamento, que é o financiamento da assistência social compartilhado entre os entes federados (União, Estados, DF e Municípios), porém no caso da ACIDE, a receita vem da União e do Estado. A associação também recebe doações. “A nossa maior fonte de receita hoje são as doações de empresas e pessoas físicas”, afirma a presidente. “Nós servimos três refeições diárias. Além disso, tem toda a estrutura de funcionamento: água, luz, internet”.

De acordo com Karoline Rodrigues, a associação recebe ainda recursos do município, por intermédio do Chamamento Público, que é um processo administrativo feito pelo poder público para firmar parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e Organizações Não Governamentais (ONGs). O procedimento é regido pela Lei 13.019/14 e também pelo Decreto de n° 8.726 de 2016.

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