Foto: Socicam/Reprodução

Por Fábio Agra

O anúncio da empresa Azul Linhas Aéreas de encerrar o voo direto entre Salvador e Vitória da Conquista a partir de 29 de outubro fez com que o governo do Estado se articulasse para encontrar uma solução para este imbróglio. 

Em entrevista ao radialista Deusdete Dias, no programa UP Notícias, da Rádio UP FM, nessa quarta-feira, o secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacellar, informou que realizou uma reunião remota com a companhia aérea Azul na manhã de ontem, e que já está agendada também uma outra reunião, que deve ser de forma presencial, para o início da semana que vem.

Uma das questões apontadas pelo secretário é uma possível quebra de acordo pela companhia Azul com o Governo da Bahia. Segundo o secretário, a Azul recebe incentivos fiscais para manter esse voo entre Salvador e Vitória da Conquista.

“Ainda hoje pela manhã, eu tive uma reunião de maneira virtual com a diretoria da Azul e disse a eles: olha, os senhores têm o estímulo fiscal do governo do Estado de desoneração do ICMS no querosene de aviação e com isso os senhores devem uma contrapartida para o Governo da Bahia”.

O secretário ainda completou dizendo que se o motivo do cancelamento dos voos for por problemas de malha aérea, como foi posto pela empresa, segundo o secretário, que a companhia resolva internamente. No entanto, ele ressaltou que já há conversas com outras empresas devido a essa possível desistência da Azul em fazer os voos diretos entre Salvador e Vitória da Conquista.

“Um diretor ficou de vir aqui na próxima semana para que a gente tenha uma conversa definitiva, e em paralelo nós já estamos conversando com outras companhias aéreas, caso a companhia aérea Azul rompa o acordo que eles têm com o Governo do Estado de fazer o voo Salvador-Vitória da Conquista”.

O empresário Zé Maria Caires, do Movimento Conquista Pode Voar Mais Alto, segue na mesma linha de cobrança apontada pelo secretário de Turismo em relação ao cumprimento dos benefícios concedidos às empresas aéreas.

“Estamos precisando que o Governo do Estado, através da secretaria de Turismo, da secretaria de Infraestrutura, converse com as companhias aéreas e cobre delas o cumprimento de sua obrigação. Ora, se elas são contempladas com auxílio do governo para dedução do ICMS sobre o combustível, elas têm a obrigação de atender o governo de certa forma”.

Caires ressalta que o Aeroporto Glauber Rocha, inaugurado em julho de 2019, tem capacidade para atrair mais voos a partir de Vitória da Conquista, não somente com voos diretos para Salvador, mas também para outras cidades, justamente por causa do número de passageiros estipulados antes mesmo da inauguração do aeroporto e o quanto se tem atualmente. Por isso, para ele, não se vê justificativa para o cancelamento da rota Salvador-Vitória da Conquista.

“Quando foi feito o Aeroporto, foi feito um projeto de viabilidade e estudava que Vitória da Conquista teria em 2030 500 mil embarques e desembarques por ano. Nós estamos em 2023 e esse número nós vamos alcançar agora. Então você percebe o quanto a cidade cresce e o quanto nós temos de passageiros”.

Atualmente, só há voos diretos, partindo de Vitória da Conquista, para Belo Horizonte, São Paulo e Salvador, através de três companhias aéreas: Azul, Gol e Latam.

Em uma simulação de compra no site da Azul, os voos diretos para Salvador só são encontrados até a data de 28 de outubro. A partir do dia 30 de outubro, os voos já são com conexões em Belo Horizonte.

Os voos diretos para Salvador duram até 55 minutos e são feitos de segunda a sábado pela Azul. Com a conexão em Belo Horizonte, os voos passam a durar entre 3h40 e 8h35.