Fechar o cruzamento é infração: prática comum nas cidades gera transtornos e pesa no bolso do motorista

Flagrande na Avenida Otávio Santos quando um caminhão fechou o cruzamento em horário de pico.
  • Júnior Patente
  • Atualizado: 07/07/2025, 02:52h

Uma das infrações de trânsito mais frequentes – e irritantes – nos centros urbanos brasileiros é o fechamento de cruzamentos. A cena é comum: o semáforo abre, os carros avançam mesmo sem espaço à frente, e o resultado é um verdadeiro nó no tráfego, com motoristas bloqueando vias transversais e travando toda a fluidez da cidade.

O comportamento, além de antissocial, é também uma infração de trânsito prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O Artigo 183 do CTB determina que “parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal luminoso” ou “impedindo a passagem em interseções” configura infração de natureza média, com penalidade de multa.

Mais especificamente, o Artigo 245 prevê que "deixar de dar passagem a veículo que se desloca sobre trilhos ou que esteja em serviço de urgência, bem como obstruir o cruzamento de vias", é infração grave. Porém, a irregularidade que ocorre no momento em que o condutor entra em uma interseção sem ter a certeza de que poderá sair do outro lado, bloqueando o cruzamento, é tratada no Artigo 211:

“Transpor bloqueio viário com ou sem sinalização ou deixar de obedecer às ordens do agente de trânsito.”
Quando não há agente orientando, entra o bom senso e a responsabilidade.

A multa para esse tipo de conduta é de R$ 130,16, além de 4 pontos na CNH, uma punição que parece leve diante do impacto coletivo causado.

Reflexo de uma cultura de impaciência

Especialistas em mobilidade urbana alertam que esse tipo de infração não é apenas um desrespeito à lei, mas também um reflexo da falta de empatia no trânsito. A pressa e o egoísmo de alguns motoristas prejudicam milhares de outros, além de agravar a poluição, aumentar o consumo de combustível e provocar atrasos em serviços essenciais, como transporte público e ambulâncias.

Além disso, ao fechar cruzamentos, motoristas colocam em risco pedestres e ciclistas, que ficam impedidos de atravessar com segurança, especialmente em horários de pico, quando o caos urbano atinge seu ápice.

Educação e fiscalização

A solução para esse problema passa pela conscientização do motorista e pela atuação mais rigorosa dos órgãos de trânsito. Câmeras inteligentes e ações educativas em cruzamentos estratégicos têm sido adotadas em algumas cidades com bons resultados.

Contudo, é essencial que o condutor entenda: esperar um pouco antes de avançar pode evitar minutos de caos coletivo. A civilidade no trânsito começa com pequenas atitudes — e respeitar o espaço dos outros é uma delas.

Trânsito é coletivo. Respeitar as regras é mais do que obrigação: é cidadania.

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