No tempo do Lula carne era mais barata, mas não tinha pandemia, diz Bolsonaro
Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (18) que a carne era mais barata nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e buscou justificar os preços elevados atualmente a outros problemas, como a pandemia da Covid-19. Na live, Bolsonaro disse já ter "tampões" pra substituir ministros que vão se candidatar.
" 'Ah, no tempo do Lula você comprava carne mais barata'. Comprava sim, só que ele não enfrentou uma pandemia, não enfrentou endividamento de R$ 700 bilhões. Não enfrentou uma situação de emprego terrível no Brasil, pelo menos 40 milhões de pessoas viviam na informalidade. Não tinham carteira assinada", disse Bolsonaro durante a live semanal.
No começo de fevereiro, o preço da carne voltou a subir no país, após sinais de trégua em outubro e novembro do ano passado. Segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), os produtos tiveram altas em dezembro de 2021 e janeiro de 2022, com aumento de 0,90% e 1,15%, respectivamente.
"'Ah, com o Lula era melhor'. Ele não enfrentou uma pandemia que eu enfrentei", repetiu o mandatário, em outro momento da transmissão no qual buscou justificar comparações entre os governos.
Para analistas, as altas no preço da carne entre o final de 2021 e o começo de 2022 refletem uma combinação de fatores. Em parte, há efeitos sazonais, porque a demanda no mercado interno costuma ser aquecida com as festas de fim de ano.
Além disso, também há reflexos do fim do embargo das exportações de carne bovina brasileira para a China, anunciado em 15 de dezembro. A medida estava em vigor desde o início de setembro, após o registro de dois casos atípicos de vaca louca.
Foi justamente o embargo que, segundo analistas, havia feito os preços darem sinais de trégua para o consumidor brasileiro, já que a oferta de produtos ficou mais concentrada no mercado interno antes das festas de final de ano.
Ernesto Araújo
Durante a live, o chefe do Executivo ainda expôs o distanciamento com o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, antes um cacique da chamada "ala ideológica" do governo federal. "Criticar de graça o nosso trabalho? A troco de quê?", questionou, sobre o ex-aliado.
Bolsonaro ainda afirmou que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, busca formas de lançar linhas de financiamento para agricultores que perderam a primeira safra em razão de desastres naturais. "Tem apoio porque já negocia ministérios e estatais", disse Bolsonaro, sem apresentar provas.
Folhapress e Redação BNews