Ana Barroso lança videoclipe Capitá, primeiro do elogiado álbum de estreia Cisco no Olho

Dirigido pela cineasta Lis Schwabacher, com direção de fotografia de Pis Santos, o filme traz a saga de artistas mulheres migrantes

Foto: Divulgação


 

“Gravidade, confesso, oscila.

Saga retirante é sina”

 

Próximo de completar um ano de lançamento do seu disco de estreia, o elogiado Cisco no Olho (“um dos discos mais bonitos de 2021”, segundo o site El Cabong), a cantora e compositora baiana Ana Barroso se prepara para lançar o primeiro trabalho audiovisual do álbum, o videoclipe de “Capitá”

 

“A música é um forró, fala sobre chamego (se oiá nos ói já foi! pega a coberta que a gente se embola...); sobre nossas comidas e nosso jeito de fazê-las... (Restou inhame, vagem, aipim, vai virar sop'ra nois comer. "Ja cheirou café...)”, conta a artista. “Capitá”, ganha imagens que dão continuidade à temática da migração dos artistas do interior para as grandes metrópoles na justa tentativa de expansão profissional. 

O clipe marca a estreia na direção da cineasta Lis Schwabacher, tem direção de fotografia de Pis Santos e elenco de 2 atores (Lucio Tranchesi e Marcos Lopes), 4 atrizes (a própria cantora, Aicha Marques, Dani de Iracema e Mercedes do Pandeiro) e duas crianças, Vicente e Lira (Lira, filha de Ana): “artistas de diversas idades que atualmente residem em Salvador e partilham desse contexto artístico de peleja e beleza, conquistas e frustrações", explica a cantora.

No vídeo, uma artista do sertão da Bahia com sua filha, malas e instrumentos espera por um carro clandestino que lhes dá carona na beira da estrada rumo à capital. Nessa viagem, novas histórias são contadas, através de um jogo de personagens que entram e saem deste carro com a dureza e beleza de insistirem sonhadores. Através de uma estética que reflete e emociona, estes migrantes chegam, após muitas peripécias, em uma metrópole que, no entanto, representará a continuidade desse percurso que sempre precisará seguir.

O videoclipe é costurado por um aquário que abriga um peixinho e que passa pelas mãos de todos os personagens que participam dessa viagem. Sair do sertão e ir para o mar carrega diversos sentidos que no final do videoclipe sugere a necessidade em amplificar vozes que estão menos visíveis. (Ênfase nas dimensões – um peixe num aquário – peixe no mar – artista no interior – artista na capital – aprofundar ou resolver a ideia).

 

ANA BARROSO 

Atriz, cantora e compositora. Iniciou sua carreira como cantora aos 15 anos (2009), quando integrou o Brincando de Cordas, grupo representante do choro no sudoeste baiano, sendo vocalista por dois anos. Natural de Vitória da Conquista (BA), seu contato com a cultura popular se intensificou durante a graduação em Licenciatura em Teatro (2011), quando pode

compor uma série de canções nutridas da estética musical de longa tradição e atentas às questões do seu tempo.

Com fortes raízes musicais e trajetória assentada em referências que passeiam desde as cantoras de rádio até o cancioneiro popular de sua região, Ana é um elo entre o original e a tradição, em suas canções autorais expressa a sinceridade que a vida incorpora na sua e em outras existências.

Em 2017 a cantora protagonizou o Romance-Lítero Musical Favela do renomado autor Elomar Figueira Mello e atualmente reside em Salvador, já tendo participado de relevantes projetos como o musical Sonho de Uma Noite de Verão na Bahia (2019) dirigido por João Falcão.

Hoje, quem acompanha a artista percebe sua versatilidade como atriz, compositora e cantora, passeando por novos caminhos sonoros e poéticos, que constrói gradualmente uma personalidade artística autêntica.

 

Sobre “Cisco no Olho”, primeiro álbum de Ana Barroso
 

Latino-americana, brasileira, baiana, nascida em Vitória da Conquista e renascida em Jequié, Ana Barroso se prepara para lançar sua arte ao mundo. Amparado pela música brasileira com um elo entre o original e a tradição, o seu álbum autoral “Cisco no Olho” estará em todas as plataformas digitais no dia 7 de maio. Em suas referências, Ana passeia desde as cantoras do rádio até o cancioneiro popular de sua região.

“Cisco no Olho” às vezes revela uma desculpa para disfarçar um choro, uma emoção, um arrebatamento. Ana parte desse esconderijo para, com sua música, sugerir uma busca pela liberdade. "Quero dizer pra gente tirar o cisco e chorar. O choro alivia, reorganiza-se. É preciso ganhar algum tipo de impulso para recomeçar todos os dias", explica.

O impulso que a artista sugere aparece no disco em forma de canções que tanto falam de amor quanto de política, e apresentam uma sonoridade diversa, melancólica e dançante, regional e universal. “Todas as canções do disco, mesmo as mais divertidas, vão tratar sobre algum tipo de cisco. Aquele incômodo insistente, como são os desamores ou esse desgoverno...”, pontua.

Para contar essa história, Ana teve a ajuda do produtor musical Sebastian Notini (Seba), que já a acompanhava em apresentações. “Ele já tocava comigo as músicas mais rítmicas, que acessam a cultura de longa tradição nordestina, mas quando ouviu ‘Gotejo’ e ‘Inclusive eu’ (presentes no álbum) abriram um novo olhar. No final decidimos por aquelas que me apresentam de maneira mais abrangente, sem receio de ter que unificar um estilo. Também existiu uma atenção específica às letras das músicas, à dramaturgia do disco”, conta.

Quem assume os arranjos do disco é Felipe Guedes, que segundo a cantora e compositora foi o responsável por decifrar o formato sonoro do trabalho, que ainda conta com o violão de Babuca, a flauta de Leandro Tigrão, e o clarone e clarinete de Joana Queiroz. “É um disco que me aproxima de quem ouve e tem a beleza de músicos incríveis tocando. Poderia ter sido gravado em qualquer época porque só utiliza recursos acústicos”, completa.

“Cisco no Olho” integra o projeto “Repentina” e estreia através do canal no YouTube, além de todas as plataformas digitais. O álbum conta com nove canções autorais, são elas: Nowhere Woman, Cisco no Olho, Gotejo, Serenata pra meu passarim, Inclusive Eu, Cacto, Vai rodar, Capitá e Cuidar do Olhar. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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