Projeto de Lei pode proibir shows com apologia ao crime em Vitória da Conquista
Na sessão desta quarta-feira (12) da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista (CMVC), um projeto de lei que pode proibir shows de artistas que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas nas letras de suas músicas foi debatido pelos parlamentares. O PL foi encaminhado por Edivaldo Ferreira Júnior (PSDB), que é líder da prefeita de Vitória da Conquista, Ana Sheila Lemos (União Brasil), na Câmara. O projeto seguirá sendo debatido e revisado durante as próximas sessões.
No documento, o vereador argumenta que o objetivo do projeto é proteger o público infanto-juvenil. “A proposta surge da necessidade de garantir que tais eventos sejam promovidos de forma responsável, especialmente no que diz respeito à proteção de crianças e adolescentes”, diz um trecho do PL. Este é um projeto de lei que tramita a nível nacional. Ele surgiu em São Paulo, proposto pela vereadora Amanda Vetorazzo (União Brasil) e recebeu o nome informal de “lei anti-Oruam”, em referência ao rapper Oruam, um dos mais escutados do país, com mais de treze milhões de ouvintes nas plataformas de música.
O artista é conhecido por exaltar a favela, lugar de onde veio, em suas letras, entretanto, vez ou outra também dá declarações polêmicas sobre o seu pai, Marcinho da VP, líder de uma das maiores facções criminosas do Brasil e que está preso desde agosto de 1996.
O que Oruam acha sobre o Projeto de Lei
Em uma publicação na rede social X, Oruam se manifestou a respeito do Projeto de Lei. "Eles sempre tentaram criminalizar o funk, o rap e o trap. Coincidentemente, o universo fez um filho de traficante fazer sucesso, eles encontraram a oportunidade perfeita pra isso. Virei uma pauta política. Mas o que vocês não entendem é que a lei anti-Oruam não ataca só o Oruam, mas todos os artistas da cena", escreveu o rapper.