PROCURA-SE VAR
Ednaldo Rodrigues em encontro sobre arbitragem pela CBF. Foto: Rafael Ribeiro
Vai ano, vem ano, e a arbitragem brasileira segue gerando debates intermináveis durante a semana. Estamos apenas na segunda rodada do Brasileirão e, no último domingo (06), o futebol ficou em segundo plano. Foram, no mínimo, quatro erros grosseiros que decidiram os jogos na rodada. Um final de semana inesquecível para o futebol brasileiro. Mas, o problema maior, segundo a CBF, é o jogador subir na bola. Inclusive, já, já falo do Sr. Ednaldo Rodrigues e seus escândalos. Vou começar falando dos erros inacreditáveis da arbitragem.
16h - Atlético Mg 0 x 0 São Paulo
Árbitro: Ramon Abatti Abel
O São Paulo jogou melhor que o Galo, mesmo atuando fora de casa e sem dois de seus principais jogadores (Lucas e Oscar). Porém, um lance ainda na primeira etapa condicionou todo o resultado: Lyanco empurrou Ferreira e os DOIS jogadores receberam cartão amarelo, o atacante do São Paulo não fez nada. Momentos depois, o próprio Lyanco, voltando do ataque, cometeu falta sobre Ferraresi. A falta, evidentemente passível de cartão amarelo, nem sequer foi revisada pelo VAR.
O técnico Zubeldia, como já era esperado, enlouqueceu na beira do gramado e, por excesso de reclamação, recebeu dois amarelos e foi expulso. Lyanco só foi expulso no minuto final da partida, enquanto o São Paulo quase perdeu o jogo quando Calleri saiu do banco e foi expulso diretamente por dar uma cotovelada em Junior Alonso. Esse lance em si foi interpretativo, mas a não expulsão do Lyanco certamente teve impacto direto no resultado do jogo. O São Paulo foi prejudicado pela arbitragem.
18h30 - Internacional 3 x 0 Cruzeiro
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique
Tudo bem que o Inter vai ser favorito na maioria dos jogos neste ano, mas não precisava da arbitragem para ganhar do Cruzeiro. O jogo acabou nos 20 minutos iniciais: o zagueiro Jonathan Jesus foi expulso por triscar no atacante Wesley. O lance, mais uma vez, não foi revisado e o VAR nem sequer chamou. Já o Internacional, que jogava com o apoio da torcida, não precisou de muito esforço para vencer com um a mais.
18h30 - Sport 1 x 2 Palmeiras
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo
O Palmeiras foi para Recife com o time reserva e venceu o jogo graças a um pênalti inexistente cometido por Matheus Alexandre sobre Raphael Veiga. É um lance constrangedor: o jogador do Sport acerta apenas a bola, enquanto o meia do Palmeiras simula a falta. O lance foi revisado no VAR. O time paulista venceu marcando dois gols de pênalti - o primeiro, interpretativo; o segundo, simplesmente inexistente.
18:30 - Vitória 1 x 2 Flamengo
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein
Um lance que pode não ter tido impacto direto no resultado da partida, mas que revela claramente as prioridades da CBF. O técnico do Vitória, Thiago Carpini, foi expulso por um motivo inusitado: no momento do gol do empate de seu time, em um instante de euforia, chutou a bola que estava no cone do sistema multi bolas. Sim, ele foi expulso por chutar uma bola.
Essa foi apenas uma breve amostra do que será o futebol brasileiro sob o comando de Ednaldo Rodrigues. O atual e futuro presidente da CBF, cuja extravagância foi exposta na reportagem de Allan de Abreu na revista Piauí. Enquanto salários exorbitantes aumentam e as regalias se multiplica, o gramado, o futebol feminino e, pior, na arbitragem agonizam por recursos.
O meu e talvez o seu time tem culpa nisso tudo, e não adianta o presidente do clube X reclamar da arbitragem se ele próprio participou desse regime político. Na realidade, quem sai perdendo somos nós, que consumimos o produto e acompanhamos o futebol brasileiro. Para essa entrada dura, nem precisa chamar o VAR.

Talles Rocha
Estudante de Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e narrador esportivo. À frente do canal Talles Rocha, no YouTube, com análises e opinião sobre futebol.@talles.rocha1 (Instagram)