Riscos de AVC aumentam com temperaturas mais baixas no outono e inverno
Foto: Germano Lüders/EXAME
Neste período do ano em que as temperaturas são mais frias, especialmente no outono e inverno, cresce o número de pacientes que apresentam casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e suas variações, como AVC isquêmico e o hemorrágico. De acordo com Feres Chaddad, neurocirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde do país e referência no mundo na realização de neurocirurgias, isso ocorre porque a pressão corpórea sofre um aumento natural no frio para o organismo manter a homeostasia - quando os vasos da pele se contraem para evitar a perda de calor.
“Este processo deixa as pessoas com aspecto tipicamente pálido. No verão, ocorre o contrário. O indivíduo tem vasodilatação periférica para perder calor para manter a temperatura corpórea. Isso que faz a pessoa ficar com rubor ou vermelhidão, típicos de épocas mais quentes”, explica.
De acordo com estudos internacionais, o risco de homens serem acometidos por AVC isquêmico aumenta 12% nesta época do ano, contra 11% nas mulheres. Já o AVC hemorrágico aumenta em 28% as chances dos homens sofrerem com o problema. As mulheres aumentam sua probabilidade em 33%.
Covid-19
A pandemia de Covid-19 também contribuiu para o aumento das doenças vasculares cerebrais. Dentre as principais, o médico Feres destaca o AVC isquêmico, a trombose venosa cerebral e rupturas de aneurismas. “Podemos observar nessas doenças alterações no fluxo sanguíneo cerebral que podem ou não cursar com sangramentos e evoluir para quadros graves”, analisa o neurocirurgião.
Na BP, que foi a primeira colocada no ranking da revista Newsweek em 2021, um dos veículos de imprensa mais conceituados do mundo, como a melhor instituição brasileira para cirurgias neurológicas, o número procedimentos realizados nos últimos três anos ultrapassou a marca de 4.600. Só em 2021, foram contabilizados 1.807, um aumento de quase 20% ante 1.508 do período pré-pandemia.
Referência em neurocirurgia
Hoje a BP se destaca como uma das principais instituições no tratamento destas doenças porque dispõe de procedimentos de ponta, conta com UTI neurológica e maquinário avançado, como o aparelho para tratamento endovascular, neuroendoscopia e radiocirurgia, e a microcirurgia cerebral realizada com um dos melhores microscópios do mundo. “Com ele é possível visualizar a imagem em 3D e injetar indocianina para o controle do ato cirúrgico, além de visualização dos vasos cerebrais”, explica.
Não são todos os casos de AVC que precisam de cirurgia. O caminho para buscar o tratamento adequado passa pelo neurologista clínico que, ao constatar qualquer problema passível de cirurgia, faz o encaminhamento para o neurocirurgião.