CONQUISTA: Alunos de um curso de gastronomia recebem oncologista e nutricionista para bate-papo sobre Setembro Verde; confira
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Na última segunda-feira, 26, no Instituto Gastronômico das Américas (IGA – Vitória da Conquista), o ICON - Oncologia e Medicina Especializada executou, mais uma vez, o seu papel social de alertar a sociedade sobre questões importantes relacionadas ao câncer.
Desta vez, o foco foi o câncer de intestino, motivo principal das ações do Setembro Verde, com palestra realizada pela oncologista Dra. Ingrid Marques e pela nutricionista Lívia Cunha para alunos do instituto, futuros chefs, com o objetivo de orientá-los sobre mudanças de hábitos alimentares e produção de pratos com base na alimentação saudável, uma das prevenções contra o câncer colorretal.
“Este câncer é o segundo mais incidente no país, tanto em homens quanto em mulheres, e com uma letalidade alta. Inclusive, a idade recomendada para rastreamento diminuiu de 50 para 45 anos, com estudos sugerindo que comece aos 40, em função do aumento de incidência do câncer em pessoas jovens. É de extrema importância discutir este assunto”, defendeu Dra. Ingrid, que chamou atenção para a falta de conhecimento sobre a doença, o preconceito que ainda existe com o exame de colonoscopia (que é rápido, seguro e indolor), o sedentarismo, o tabagismo, o uso excessivo de álcool e, claro, a alimentação inadequada. “Não é fácil ter um estilo de vida saudável, com alimentação rica em frutas, legumes e verduras, aliada com atividades físicas, mas é fundamental. É uma questão de adaptação e entendimento”, ressaltou, afirmando que as mudanças no corpo não são apenas estéticas, mas de manutenção da saúde e diminuição dos fatores de risco.
A partir do momento que as pessoas utilizarem menos alimentos industrializados, embutidos, processados, enlatados ou com muitos conservantes e diminuir o consumo de carnes vermelhas, melhor para a saúde. Quem afirmou foi a nutricionista Lívia Cunha com exemplos práticos: “Alimentos com maior tempo de vida útil em prateleiras são preocupantes e podem levar danos à saúde de quem os consome”.
Com um mundo acelerado e as pessoas sem tempo ou procrastinando, os hábitos salutares muitas vezes estão sendo substituídos por outros emergenciais ou sedentários. É possível acreditar em mudanças coletivas neste cenário? “Muitas pessoas me procuram pedindo orientação pra mudar os hábitos, a alimentação, e eu sempre indico também a consulta a um gastro ou até oncologista, para investigar sintomas ou analisar a saúde de um modo geral. Quando aceitam realizar transformações e inserir alimentação rica em nutrientes e vitaminas, até o humor e a autoestima melhoram”, respondeu.
E se a prevenção e os cuidados com a saúde, junto com o acompanhamento médico regular, determinar um diagnóstico precoce do câncer de intestino, melhor ainda, já que se trata de uma doença que pode ser silenciosa, sem sintomas evidentes. “Quando recebi o diagnóstico há quatro anos, eu já estava com câncer e não sabia, não havia sintomas. Eu consegui me curar com o tratamento realizado no Icon, com o procedimento cirúrgico que tirou 30 centímetros do meu intestino e com a mudança completa de hábitos, sobretudo alimentares. Eu aconselho as pessoas a cuidarem do seu aparelho digestivo e buscarem conhecimento. Este encontro foi uma valiosa oportunidade de aprendizado e de apoio”, contou Márcia Scherubini, convidada do evento.
Ambas as palestrantes, após discursarem brevemente sobre o tema, fizeram um bate-papo com os alunos do IGA, respondendo dúvidas e compartilhando dicas de como mudarem padrões de comportamento de consumo e de preparação dos alimentos. “Tem muito alimento com agrotóxico, com químicas que estimulam o crescimento rápido, com excesso de conservantes, o que resulta numa alimentação que não é bem selecionada nem bem preparada. Nossa conscientização passa por esta percepção e por termos a obrigação de propor pratos mais saudáveis, oferecendo uma vida com mais bem-estar para nosso público”, concluiu Duda Bonfim, cozinheira profissional e participante do encontro.