Defesa Civil faz vistoria preventiva em locais atingidos pelas chuvas de 2021

“A gente passa o ano todo trabalhando em prevenção, tanto em períodos de chuva quanto de estiagem

Com o início das chuvas, a equipe da Defesa Civil se dedicou, nesta quinta-feira (17), a fazer vistorias de caráter preventivo em áreas da zona urbana consideradas de “risco”. O roteiro foi definido com base numa lista de 12 locais que, de acordo com os laudos técnicos emitidos pela equipe, merecem atenção especial em períodos chuvosos.

Os cinco pluviômetros instalados em pontos estratégicos da zona urbana registraram uma média de 6,6 milímetros de precipitação até as 14h de hoje. Os maiores índices foram nos arredores do bairro Patagônia, onde o nível chegou a 13,7 milímetros. As informações obtidas por esses aparelhos são monitoradas de forma constante pela equipe da Defesa Civil e disponibilizadas na página oficial do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A plataforma reúne dados de pluviômetros e núcleos de Defesa Civil espalhados por todo o país.

“A gente passa o ano todo trabalhando em prevenção, tanto em períodos de chuva quanto de estiagem. Estamos sempre fazendo esse monitoramento”, explicou a coordenadora municipal da Defesa Civil, Rosa Freitas. Os lugares visitados hoje têm em comum o fato de terem sido atingidos pelos efeitos das chuvas em dezembro de 2021. Devido aos transtornos causados pelo excesso de precipitações, a Prefeitura recorreu ao Governo Federal, em busca de recursos para executar obras, em situação de emergência, e sanar os prejuízos causados à população. Os recursos vêm sendo liberados de forma gradativa, devido aos trâmites burocráticos exigidos pela equipe técnica do Ministério do Desenvolvimento Regional. Há um conjunto de critérios que precisam ser seguidos para que o município seja contemplado com os recursos financeiros destinados ao reparo dos danos causados pelas chuvas.

Pluviômetro instalado sobre o Hospital Municipal Esaú Matos. Há cinco aparelhos como esse na zona urbana de Vitória da Conquista

“Há recursos que ainda estão por vir, que estão empenhados, em fase de licitação, para que possamos dar respostas nessas situações de danos causados pelas chuvas do ano passado”, informa Rosa Freitas. “Para este ano, não estão previstas chuvas no mesmo volume do ano passado. Mesmo assim, continuamos fiscalizando e verificando os locais mais atingidos”, complementa a coordenadora.

Situação da encosta do Guarani merece atenção especial

De posse dos números fornecidos pelos pluviômetros, a Defesa Civil fez a primeira escala no bairro Guarani, onde está em andamento a obra de reforço na encosta que sustenta a Rua Dom Pedro II, bem ao lado da Praça da Juventude. Por lá, em dezembro do ano passado, 18 casas foram atingidas pelos efeitos das chuvas.

“Talvez seja, hoje, a situação que mais mereça a nossa atenção, porque se trata de uma encosta. Por conta desse desnível, e do carregamento de materiais que pode ocorrer em cada episódio de chuva, a gente faz um monitoramento mais próximo”, observa o engenheiro Gabriel Queiroz, integrante da equipe técnica da Defesa Civil.

A obra tem como objetivo proporcionar estabilidade ao solo e evitar novos desabamentos de terra. Como houve atraso no repasse dos recursos pelo Governo Federal, a Prefeitura investiu dinheiro do Tesouro Municipal na obra, que está em andamento. O orçamento é superior a R$ 1,6 milhão.

Atingidas por alagamentos em 2021, ruas dos Campinhos são monitoradas

Logo depois, a equipe visitou algumas ruas do bairro Campinhos que foram alagadas pelas chuvas do ano passado. Nesse caso, o excesso de água teve origem na Lagoa das Bateias. Devido à grande quantidade de precipitações, o reservatório “sangrou”. O excesso de água saiu pelo canal, percorreu as ramificações que encontrou pelo caminho e chegou aos Campinhos, invadindo casas e deixando várias vias submersas.

“Temos aqui um nível de atenção mais elevado, porque todo o fluxo de água que extravasa da Lagoa das Bateias segue o fluxo para o lado dos campinhos”, explica Gabriel. Um agravante é o hábito, ainda cultivado por alguns moradores, de descartar lixo nas ruas que ficam nas proximidades dos canais de drenagem. Com as chuvas, esses resíduos são levados pelas águas até os canais. Quando se acumulam, impedem que as águas sigam seu fluxo.

Técnicos fazem vistoria em ruas dos Campinhos que foram alagadas em 2021

“A população pode e deve contribuir através de ações educativas. Descartar entulho ou lixo nas proximidades dos canais favorece o entupimento de bueiros e o tamponamento desses canais, nas manilhas e nos gradis”, orienta o engenheiro.

Joabe espera que canais sejam limpos e moradores deixem de jogar lixo nas ruas

O ajudante de caminhoneiro Joabe de Jesus, 18 anos, viu de perto as consequências das chuvas de dezembro no bairro Campinhos. A casa onde mora, na Rua São José, não chegou a ser atingida. Mas ele viu pessoas conhecidas terem as casas invadidas pelas águas. Ao se encontrar com a equipe da Defesa Civil, ele sugeriu que fosse feita a limpeza dos canais de drenagem existentes no bairro Campinhos, a fim de permitir que as águas não se acumulem. E também comentou sobre a necessidade de mudança de hábitos por parte de muitos moradores. “Devia haver uma conscientização e as pessoas verem que não se pode jogar lixo nas ruas. Isso prejudica a todos nós”, disse.

No Vila América, sistema de drenagem foi reconstruído

A escala seguinte foi no bairro Vila América, no cruzamento entre as ruas Diogo Álvares e Francisco Sabino. Ambas as vias tiveram seus sistemas de drenagem totalmente danificados pelas chuvas do final do ano passado. No caso da Rua Diogo Álvares, houve dispensa de licitação, os recursos foram liberados e a Empresa Municipal de Urbanização (Emurc) já concluiu as obras de recuperação.

Já a Rua Francisco Sabino, que sofreu danos na pavimentação asfáltica situada no centro da via, sob a qual passa o sistema de escoamento das águas pluviais, aguarda a liberação dos recursos. “Estamos com um plano de trabalho aprovado no Ministério de Desenvolvimento Regional”, afirma Gabriel. Assim que o dinheiro for liberado, a obra será iniciada pela Prefeitura.

Ruas do Panorama foram danificadas por enxurradas

O roteiro de vistorias foi concluído no cruzamento entre as ruas Constelação e José Oliveira Lima, na parte mais alta do bairro Panorama. Por ali, a população também teve de lidar com enxurradas que degradaram essas vias, tornando-as intransitáveis. “A prefeita Sheila Lemos já se posicionou de forma favorável a executar uma obra estruturante nesse bairro”, disse Gabriel.

Mapeamento feito pela equipe elencou 12 locais considerados “áreas de risco”

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