Cientistas políticos definem expectativas e desafios para governo Lula em 2023
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
Em entrevista ao programa Melhor de 3, na Rádio Metropole, cientistas políticos definiram quais são as expectativas e as dificuldades para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O analista político Lucas Fernandes, que faz parte do núcleo de Relações internacionais, comentou as mudanças no cenário político esperadas na transição do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o de Lula, em 2023.
"Quando a gente compara com o governo Bolsonaro, a expectaitva é de que tenhamos uma condição do governo federal muito mais institucional do que a gente teve nos últimos quatro anos. Isso vale não só para a relação com o Congresso e o poder judiciário, mas também para a relação com outros atores como os governos municipais e estaduais, além dos veículos de mídia. Então a expectativa é de que a gente tenha um governo menos tumultuado", avaliou.
Desafios
Lula vai para o terceiro mandato como presidente do Brasil, mas o país e o mundo enfrentaram diversas mudanças desde dezembro de 2010, quando ele saiu do cargo. Segundo a professora e cientista política Carolina Botelho, o petista enfrentará novos desafios, especialmente no primeiro ano da sua próxima gestão.
"Ele [Lula] vai encontrar um Estado completamente dilapidado, com as contas públicas bastante prejudicadas pelo gasto do governo Bolsonaro e, para manter as promesas de campanha, vai ter que encontrar o equilíbrio fiscal, mas também a possibilidade de distribuir os gastos entre a população que está precisando sem que isso seja um problema na relação com o legilativo, então é completamente diferente", sugeriu.
"Também tem uma oposição grande ao governo dele no Congresso. Essas forças de oposição são dinâmicas, elas podem ir em algum momento para a base de apoio, mas o chefe do Executivo não tem como contar com isso. Então a relação com os outros legisladores vai ter que ser um exercicio diário", completou.
Carolina relembrou que, nos mandatos passados, Lula tinha maioria absoluta no Congresso, uma situação fiscal mais controlada, com mais recursos para exercer as agendas da sua campanha.