A tentativa de emplacar a enfermeira Aline Peixoto, esposa do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), como conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) tem ganhado repercussão nacional. Junto com ele, aparecem também o ministro Renan Filho (MDB), dos Transportes, que colocou sua mulher, Renata Calheiros, no Tribunal de Contas do Estado de Alagoas; e Wellington Dias (PT), do Desenvolvimento Social, que colocou Rejane Dias no TCE do Piauí.

Na última terça-feira (31), os casos se tornaram tema do editorial do jornal Folha de S. Paulo. A publicação lembra que, embora as nomeações sejam legais, elas constituem gesto explícito de autofavorecimento dos atuais ministros, que “utilizam seu prestígio para aumentar a própria renda doméstica”. 

O jornal chama atenção ainda para a consequente privação de recrutamento de nomes técnicos para os tribunais, já que nenhuma das três esposas tem grande experiência no controle de contas públicas. Aline Peixoto, por exemplo, é enfermeira e nunca sequer disputou cargos eletivos. Já Calheiros e Dias são formadas em administração. Para ocupar o cargo é preciso ter "reconhecida idoneidade moral e conhecimentos de administração pública".

Caso seja indicada, Aline Peixoto terá um salário de R$ 41,8 mil e poderá ocupar o cargo até a aposentadoria compulsória aos 75 anos. Além disso, terá uma série de benefícios, como um motorista particular. 

A vaga está aberta desde maio de 2022, quando o conselheiro Raimundo Moreira se aposentou. Desde então, a Assembleia vem adiando uma nova indicação. A articulação em torno do nome de Aline ganhou força nesta semana, após um encontro do  deputado estadual Alex Lima (PSB) com Rui Costa. Ele era candidato à vaga e, depois da reunião, desistiu para apoiar a ex-primeira-dama.

Metro1