Sindicato vê prática “repressora e inconstitucional” em documento de secretário que pede informações de professores que aderiram às paralisações

“Esse ofício querendo os nomes dos professores, matrícula e tudo mais de quem está participando do movimento é uma forma de intimidação, é uma forma de amedrontar o professor

Imagem: PMVC/Divulgação


Por Fábio Agra/Mega Rádio

Um documento com a assinatura do secretário de Educação, Edgard Larry, e que tem circulado em grupos de professores da rede municipal, solicita às diretoras e aos diretores das escolas de Vitória da Conquista informações sobre profissionais da educação que têm aderido às paralisações que ocorrem desde meados de maio na rede pública de ensino municipal.

O documento endereçado às diretoras e diretores está com a data de 19 de junho e pede que seja preenchido um outro documento com nome completo, número de matrícula e a data em que o servidor aderiu a paralisação.

O recebimento do documento pelos diretores e diretoras foi confirmado pelo Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP). Segundo o SIMMP, a Circular não foi enviada ao sindicato, mas vazou nos grupos de professores, que estão se sentindo coagidos.

Desde às 8h, a Mega Rádio tem entrado em contato com a secretaria de Comunicação da Prefeitura para verificar a autenticidade do documento, mas até o momento a resposta foi que estava sendo checada. A Mega Rádio também tentou contato por telefone com o secretário de Educação, Edgard Larry, mas até o momento não tivemos um retorno. Assim que tivermos um posicionamento, a matéria será atualizada. 

Em contato com a Mega Rádio, a vice-presidente do Sindicato do Magistério Municipal Público (SIMMP), Greissy Reis, disse que esse documento é uma forma de cerceamento das mobilizações.

“Esse ofício querendo os nomes dos professores, matrícula e tudo mais de quem está participando do movimento é uma forma de intimidação, é uma forma de amedrontar o professor, de fazer com que o professor se sinta receoso de participar de um movimento legítimo, constitucional, que é o direito de paralisar, que é o direito de greve. O SIMMP repudia esse tipo de prática. É uma prática arcaica, é uma prática repressora e inconstitucional. Então nós estamos aqui reunidos. Nosso movimento irá acontecer, independente desse ofício”.

Ela enfatizou que este tipo de postura da Prefeitura já havia ocorrido também no ano passado, mesmo que tenha reposição do calendário sem prejuízo para estudantes quando há alguma paralisação.

“A prática que existe é que ao final do movimento, o SIMMP senta com a SMED (Secretaria Municipal de Educação) para organizar um calendário de reposição. Os professores repõem os dias parados. Os alunos não ficam no prejuízo”.

A Vice-presidente do SIMMP ressalta que “esse ofício que foi emitido pelo secretário de Educação Edgard Larry é uma forma de boicote ao movimento sindical, ao movimento legítimo do Simmp junto com sua base e representação, que são os professores da rede municipal de ensino”.

A categoria tem aderido à paralisações para garantir direitos adquiridos e o Piso Nacional da Educação, que faz parte da campanha salarial 2023, além da manutenção do interstício para os níveis de formação dos professores, o que corresponde atualmente a um acréscimo de 8,98% nos vencimentos básicos dos educadores municipais.

Na manhã desta terça-feira (20), as atividades foram paralisadas novamente e com manifestação na BR 116 em Vitória da Conquista, após se concentrarem no Centro Cultural Glauber Rocha.

Circular que pede informações sobre os professores que aderiram às paralisações. 

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