Forró do Mariá encerra terceira noite do Arraiá da Conquista com trabalho autoral e respeito ao “forró autêntico”
Vítor Mariá e Tom Gaiteiro levaram o projeto Forró do Mariá ao palco do Arraiá da Conquista
Texto PMVC/Foto: Divulgação
A dupla Vítor Mariá e Tom Gaiteiro subiu ao palco do Centro Cultural Glauber Rocha quando já se aproximava da 1h, fechando a programação musical da terceira noite do Arraiá da Conquista. O projeto apresentado por eles foi o Forró do Mariá, que está em atividade desde 2021, trazendo canções autorais mescladas a sucessos clássicos do ritmo nordestino.
Como ocorreu durante o show, os dois artistas juntaram suas carreiras individuais na música para se dedicar a um objetivo bem definido: trazer para perto as obras deixadas por artistas como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, mas também apresentar músicas românticas produzidas por eles próprios – que, se podem ser classificadas como forró, ao mesmo tempo dialogam com outros estilos apreciados pelo público mais jovem, como o piseiro, o arrocha, o vaneirão e até mesmo o bolero – também chamado de “brega” por parte do público.
Isso vem sendo feito por meio de parcerias com outros artistas da mesma faixa etária e do lançamento mensal de músicas inéditas.
“A gente preza pelo autêntico, entendendo que a gente está vivendo um outro tempo e uma outra realidade. Então, a linguagem que a gente usa é mais atrativa para a galera mais jovem. Nosso intuito é trazer para perto e poder apresentar os grandes ícones do nosso forró, entendendo que isso também é uma forma de fazer cultura”, explicou Vítor.
O artista considera que o fato de duas pessoas jovens, como ele e o parceiro Tom Gaiteiro, se interessarem por se expressar dentro do universo do forró, acaba contribuindo para reforçar a própria autenticidade desse ritmo tão tradicional e tipicamente nordestino. O que não impede, segundo ele, de envolver esse gênero com outros estilos.
Tom Gaiteiro concorda: “A essência do forró é aquilo que todos os grandes artistas deixaram. Nosso show tem que ter alguma coisa deles, para apresentar para o pessoal mais jovem. Muita gente da minha idade não curte. Mas é a única forma de tentar mostrar para eles. Essa é a essência”, comentou o cantor.
Eles reforçam que o objetivo, com essa ousadia estética, é tratar o forró como um gênero para ser tocado e curtido durante todo o ano, e não apenas durante o período das festas de São João.
Na sexta-feira (23), o Arraiá da Conquista chega à última noite, trazendo Jô Almeida, Robertinha, Tierry e Forró Chegança.