Última noite de FIB vai do pagode ao sertanejo, passando também pelo piseiro para confirmar a diversidade musical de uma nova geração

Foto: Laécio Lacerda

Por Fábio Agra


Na última noite de FIB, a aposta foi em uma geração de cantores que iniciaram suas carreiras ou alcançaram o sucesso ao mesmo tempo em que o Festival surgiu e se consolidava em Vitória da Conquista, na Bahia e para outros estados.

Para fechar esta 17° edição, Thiaguinho, Nattan, Pedro Sampaio e Matheus e Kauan trouxeram ao Palco Principal o que se tem produzido em gêneros musicais no país. O romantismo de Thiaguinho, atravessado pelo pagode paulista e pelo samba, a moderna batida sertaneja de Matheus e Kauan, o piseiro de Nattan e as pancadas do DJ e cantor Pedro Sampaio mostram que o Festival de Inverno Bahia passou a seguir realmente o que tem sido tendência na música brasileira nesta última década.  

O artista com carreira mais antiga a se apresentar nessa última noite foi Thiaguinho, que subiu ao palco às 20h em ponto com o show Meu Nome é Thiago André e tocou por uma hora e meia. Nome do cenário musical desde o início dos anos 2000 com o grupo Exaltasamba, Thiaguinho representava assim uma geração anterior que se encotrava com a mais nova pelos palcos do FIB.  

A abertura de seu show foi com Palco, de Gilberto Gil. Cantou também Desencana e Energia surreal, no mais autêntico pagode paulista. Relembrou também seu início de carreira ainda no programa Fama ao cantar Final Feliz, música de Jorge Vercillo. Em diversos momentos fez também honra à Bahia quando emplacava os sambas. 

 Ainda cantou Será, clássico de Legião Urbana, e Deus me livre, sucesso de Raça Negra. Já pelo final do show também mandou um pouco de funk com o refrão Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci para entoar com o público “É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”.  

A próxima atração já representava a mais nova geração de público e de estilo. Nattan mostrou versatilidade com o forró moderno e o piseiro, mas sem se prender a eles, em um show que misturava vários ritmos, pra começar com Tem cabaré essa noite, que estava na ponta da língua e nos pés do público. A estreia de Nattan no FIB, assim como foi a de Mari Fernandez na sexta, indica que o piseiro e a sofrência vieram para ficar como um ritmo que arrasta milhares de pessoas por onde passa. 

A sinergia com o público mostrava isso em cada música, a ponto de Nattan ir aos braços de seus fãs quando saiu do palco e se aproximou das grades à frente do palco para ser abraçado. O piseiro e seus representantes, como Nattan, produzem uma outra perspectiva da música brasileira, e isso não se pode mais ignorar.  

Os dois últimos shows da noite ficaram por conta do DJ e cantor Pedro Sampaio e da dupla Matheus e Kauan.  

Pedro Sampaio trouxe um show pirotécnico e fez o FIB tremer. O cantor e DJ desfilou muito pelas batidas dos ritmos que têm tocado em todo país, como sertanejo, funk e hits do Tik Tok, o que levou uma parte do público a tirar e girar a camisa já no final do show. Ainda mandou Chiclete com Banana para encerrar.  

A dupla sertaneja Matheus e Kauan fechou o line-up principal do FIB 2023. Músicas como Não vitalício, que abriu o show e foi feita em parceria com Mari Fernandez, A rosa e o beija-flor e Litrão não faltaram. Um momento marcante do show da dupla sertaneja foi a participação de Thiaguinho, que mais cedo havia cantado, para dividir com Matheus e Kauan a música Que sorte a nossa.

O Festival de Inverno Bahia 2023 se abriu com mais intensidade a novos estilos e ao público cada vez mais diverso. O Festival se aproxima cada vez mais do que o Brasil tem produzido nos quatro cantos do país.  

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