Na última semana, Vitória da Conquista recebeu a FliConquista, primeira feira literária da história da cidade no mesmo modelo que está sendo feito em outros lugares da Bahia, como a Fligê, em Mucugê, por exemplo. Um presente para os fãs de arte e da literatura que puderam acompanhar lançamentos de livros, mesas literárias, espetáculos e palestras com escritores renomados, como Daniel Munduruku e Jean Wyllys.

O evento iniciou na quarta-feira (15) com uma mostra de trabalhos artísticos feitos por algumas escolas do município, além da abertura de expografias temáticas em homenagem a Madalena Santos Reinbolt, produzida por Victória Vieira, e a Camillo de Jesus Lima, produzida por Adriana Camargo, professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). O escritor e poeta Camillo de Jesus Lima, nascido em Caetité no ano de 1912 e que dá nome ao Centro de Cultura do município foi o grande homenageado da FliConquista.

Ruy Medeiros, advogado, historiador e professor aposentado, deu seguimento à noite de abertura trazendo uma breve história sobre a vida e a obra de Camillo, em abertura oficial que também contou com a presença de Marta Cristina, filha de Camillo de Jesus Lima.

Juliana Brito, uma das representantes da Biblioteca Comunitária Donaraça. Foto: Danilo Souza

Na quinta-feira, aconteceu a primeira roda de conversa entre escritores de Vitória da Conquista, onde muitos deles estavam lançando seus novos livros. Algumas dessas obras marcaram presença no estande da Biblioteca Comunitária Donaraça, que cedeu espaço para a literatura local.

Durante a tarde, as conversas literárias foram a principal atração. Daniel Munduruku abriu a sessão com uma conversa reflexiva e profunda sobre como lidamos com a natureza e o tempo. Ao final, o escritor deu autógrafos e tirou fotos com o público. Jean Wyllys, escritor e ativista, participou da segunda conversa literária comentando sobre o seu livro “O que não se pode dizer”, em um momento na Arena Literária (a Concha Acústica do Centro de Cultura).

Daniel Munduruku durante a FliConquista. Foto: Danilo Souza

O terceiro dia de FliConquista, a sexta-feira, proporcionou um momento esperado pelos escritores locais: o encontro para lançamento coletivo dos seus livros, onde cerca de vinte autores comentaram sobre os seus trabalhos e responderam perguntas das pessoas presentes. Em paralelo ao encontro, aconteceu a mesa literária com Avanete Pereira Sousa, professora e doutora em História, que abordou sobre o tema da independência da Bahia, assunto esse que, mais tarde, foi trazido também por Matheus Buente em um bate-papo com o público na Arena Literária.

A Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima foi o palco principal da noite. Com casa cheia Zezé Motta foi recebida em Vitória da Conquista para a apresentação do seu espetáculo “Atendendo a pedidos”, onde a cantora detalhou sobre sua história na arte e na música.

Zezé Motta em apresentação na FliConquista. Foto: Danilo Souza

Paulo César Araújo, jornalista, escritor e biógrafo do cantor Roberto Carlos, foi uma das atrações do sábado e comentou sobre o processo que enfrentou por ter publicado uma biografia não-autorizada do artista, mas também de boas lembranças que carrega de outros cantores, como João Gilberto.

Mais uma vez com a casa cheia, dessa vez no auditório, aconteceram as apresentações inéditas do espetáculo “Fantasia Leiga Para um Rio Seco”, escrito por Elomar Figueira de Melo, com a regência do maestro João Omar, e que foi reapresentada para encerrar a feira. A FliConquista foi um momento de encanto e arte, deixando aquele gostinho de quero mais e que com certeza já está dentro do calendário de eventos da cidade nos próximos anos.

Elton Becker (à esquerda) e Paulo César Araújo (à direita). Foto: Danilo Souza

Confira a seguir fotos feitas durante a FliConquista. 

Matéria e fotos de Danilo Souza, estagiário da Mega Rádio VCA.