Com investigação iniciada em Conquista, superintendente da Polícia Federal da Bahia comenta a operação que desmantelou organização internacional de tráfico de armas
O superintendente da Polícia Federal da Bahia, Flávio Albergaria, em entrevista a Jânio de Freitas e Igor Novais, do programa UP Notícias, da Rádio UP FM, dessa terça-feira, detalhou a operação que culminou no desmantelamento de uma organização internacional de tráfico de armas na semana passada.
A operação teve repercussão internacional e foi resultado de investigações que se iniciaram em Vitória da Conquista, após apreensão de armas em rodovia que corta o município, em 2020. A partir de então foi aberto um inquérito e chegou-se às origens do armamento, que vinha do Leste europeu, de países como Croácia, Estônia, República Tcheca, Eslovênia e Turquia, tendo Paraguai como entreposto para serem raspadas e, posteriormente, vendidas para abastecer facções criminosas no Brasil, especialmente do Rio de Janeiro e São Paulo.
“A operação nasceu em Vitória da Conquista em 2020, a partir de uma apreensão de duas pistolas e dois fuzis na rodovia. A partir dessa apreensão, instauramos um inquérito policial e fomos buscar a origem dessas armas. Identificamos que eram armas vindas da Croácia e que estavam abastecendo todo o mercado ilícito brasileiro. Foram várias apreensões em todo o Brasil, em 10 estados da federação. Armas que vinham da Turquia, República Tcheca e Eslovênia e iam para o Paraguai e clandestinamente para o Brasil”, afirmou Albergaria.
Em três anos de investigação, estima-se que cerca de R$ 1 bilhão foi movimentado pela organização criminosa, que tem como um dos principais investigados o argentino, Diego Dirísio, que residia em Assunção, no Paraguai. Durante a operação desencadeada na semana passada, foram presos dois coronéis e um general, no Paraguai, e milhares de armas. As armas entravam com autorização da Dimabel, que é órgão de fiscalização de armas no Paraguai.
O superintendente também comentou sobre a cooperação internacional com o Paraguai para desmantelar a organização que agia naquele país a partir dos órgãos de controle.
“Foi uma quebra de paradigma na cooperação internacional do Brasil com o Paraguai. A gente conseguiu efetuar a prisão desses militares no Paraguai, quebrando essa estrutura criminosa de corrupção desse órgão de controle lá”.
Foto: Flávio Albergaria/Divulgação.