Foi lançado na noite desta quinta-feira (18) no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima o livro “Riscados Áridos da Infância” com a presença de Evandro Teixeira, autor das fotografias da obra e que ficou marcado por seu trabalho como fotojornalista durante a ditadura do Brasil e do Chile.

Outros dois nomes participaram do processo criativo: Ester Maria de Figueiredo Souza, responsável pela parte textual, e Silvio Jessé, que fez as pinturas e ilustrações. O livro tem apoio da Alba Cultural, o selo editorial da Assembleia Legislativa da Bahia, que fez a publicação em colaboração com o Selo Fligê.

Evandro nasceu em Irajuba, na Bahia, em 1935 e iniciou sua carreira jornalística ainda no estado no ano de 1958, ingressando no “O Diário de Notícias”, em Salvador. Durante a sua vida, fez trabalhos que ficaram na história do país, como o registro da chegada do general Castello Branco ao forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, no golpe militar de 1964 e a queda de Salvador Allende, no Chile, em 1973.

Uma das fotografias mais conhecidas de Evandro Teixeira, registrada durante o período da Ditadura Militar do Brasil. Foto: Evandro Teixeira

“Evandro é uma memória da história do Brasil em diferentes recortes”, reforçou a professora Ester Maria de Figueiredo Souza durante o seu relato no encontro.

As fotografias de Evandro se unem também às ilustrações de Jessé, que comentou como o trabalho do fotógrafo influenciou as suas pinturas antes mesmo da ideia de fazer o livro. O artista plástico começou a produzir releituras das fotos de Evandro após ver uma fotografia feita por ele, publicada em um jornal nos anos 90.

Conhecido principalmente por seus registros em momentos importantes da história do país e do mundo, como a cobertura de oito edições das Olimpíadas e também ter trabalhado em algumas edições da Copa do Mundo, o livro tem uma proposta diferente: retratar a infância sertaneja na cidade de Canudos, na Bahia.

“A minha história em Canudos é a minha história de vida”, disse Teixeira, que mesmo com inúmeros trabalhos conhecidos e renomados por todo o mundo, classificou a obra feita na Bahia como uma das mais importantes do seu catálogo.

O evento de lançamento foi organizado pelo Coletivo Barravento, responsável também pela organização da Feira Literária de Vitória da Conquista (FliConquista) e a Feira Literária de Mucugê (Fligê). Ao final do encontro, os autores fizeram uma mesa de autógrafos nos exemplares dos livros, que foram distribuídos gratuitamente para o público.