Sinserv ameaça fazer greve se proposta da Prefeitura de reajuste salarial avançar
Advogado Luca Nunes. Foto: Câmara de Vereadores/Reprodução
Em sessão da Câmara de Vereadores desta quarta-feira (6), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Vitória da Conquista (Sinserv) apresentou na Tribuna Livre a pauta de reajuste salarial e alimentício, que segundo o Sinserv a Prefeitura fez uma proposta de redução do reajuste.
O diretor de Imprensa e Comunicação do Sinserv, Francisco Ribeiro, em entrevista à Mega, falou sobre como vem ocorrendo os debates e acusa a Prefeitura de ter enviado o projeto de reajuste para a Câmara à revelia do sindicato.
“Nós tivemos a primeira reunião com a administração na semana retrasada. E o que aconteceu? Tínhamos pedido 10,67% de salários e 20% de vale-alimentação. A Prefeitura não aceitou. Ofereceu 6,97% (no salário) e 10% no vale-alimentação. Tudo bem. Marcamos uma assembleia para o dia 11, na próxima segunda-feira, quando estaríamos levando essa proposta para a categoria decidir. O que aconteceu? A prefeitura foi e mandou pra aqui, um projeto pra Câmara, de 4,67% tanto para o salário quanto para o vale-alimentação”.
Quando questionado se há alguma possibilidade de greve, Francisco disse acreditar que sim, pois há um indicativo de greve e descontentamento de categoria em relação à Prefeitura.
“A assembleia já vem sendo indicativo de greve, porque já estamos cansados de não sermos reconhecidos. Infelizmente, a administração que fala que está valorizando o servidor público, não está. Então estaremos com essa assembleia lá no auditório do CEMAE, na segunda-feira, dia 11. Lá decidiremos se a categoria vai aceitar essa retroação de valores ou não”
O assessor jurídico do Sinserv, o advogado Luca Nunes, também em entrevista à Mega, falou sobre a proposta que teria sido apresentada à prefeitura.
“A Administração tinha apresentado na segunda-feira da semana passada a proposta de 6,97% de reajuste aos servidores, que nós já naquele momento entendíamos que não contemplava os interesses da categoria. Na sexta-feira, surpreendentemente, reduziu de 6,97 para 4,67%, apresentando essa redução com os supostos argumentos jurídicos de vedação da lei eleitoral. Os argumentos apresentados pela Administração são mentirosos. A vedação da lei eleitoral ocorre dentro dos 180 dias que antecede a eleição. Ou seja, só a partir de 5 de abril. Até 5 de abril a administração pode sim dar aumento acima da inflação. Foi isso que nós viemos comprovar hoje aqui na câmara”.
Quando questionado sobre quais soluções jurídicas poderiam ser tomadas contra o município, o advogado do Sinserv disse que “o município não é obrigado juridicamente a conceder reajustes acima da inflação. Então ajuizamento de uma ação nesse sentido não há possibilidade. O movimento realmente é um movimento sindical, é um movimento de conscientização, é um movimento de luta”.
O vereador Luís Carlos Dudé (MDB), em seu momento de fala no plenário, defendeu o Governo. O vereador disse que a atual gestão é a que mais dialoga com seus funcionários e que essa boa comunicação continuará.
“A prefeita Sheila foi quem mais estabeleceu diálogo com os servidores públicos e nós queremos continuar com essa base, com esse diálogo que ela estabeleceu sempre da melhor forma de dialogar, e essa fala ela não é uma fala minha, é uma fala do sindicato, é também dos funcionários. Então estamos dispostos, e eu como líder do governo, a encabeçar esse diálogo”.
O vereador Valdemir Dias (PT) falou sobre a postura do executivo, que, segundo ele, não deu oportunidade de discussão sobre assunto.
“A prefeita declarou regime de urgência sem nenhuma discussão com os sindicatos, sem discussão com os servidores. Agiu de forma truculenta. É um governo que prega que há um diálogo, mas então só nas palavras. Na verdade não há diálogo com as pessoas. Um governo que prega diálogo e que na prática não acontece, ou seja, ela sentou com os sindicatos, mal fez uma reunião, começou-se uma negociação e os sindicatos foram pegos de surpresa com o projeto já aqui nessa Casa para votação em regime de urgência”.