Em Vitória da Conquista estudantes autistas enfrentam desafios nas escolas e universidades
Afonso de Carvalho, um estudante de 32 anos do curso de Engenharia Elétrica do IFBA de Vitória da Conquista, descreve seu dia acadêmico como uma luta constante para encontrar o equilíbrio entre as atividades e seu bem-estar físico e mental. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), ele enfrenta dificuldades sensoriais intensas que tornam o ambiente escolar um desafio.
“Ficar dentro da sala com calor e muita dor de cabeça por conta das lâmpadas ou ser obrigado a socializar com alguém para fazer alguma atividade” são algumas de tantas outras condições que Afonso precisa lidar, como ele nos relata.
Raquel Correia recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1 e superdotação tardiamente, quando tinha 30 anos. “Foi percebido por mim mesma, devido às minhas dificuldades sociais e acadêmicas”, diz. Por conta dos sintomas, interrompeu a faculdade de Engenharia Elétrica por duas vezes, uma no IFBA e outra na FAINOR, mas após o diagnóstico conseguiu se formar em Direito, enfrentando dificuldades, como a socialização, por exemplo.
“Eu sou uma pessoa autista e introvertida, nem todo introvertido é autista, mas todo autista é introvertido”, explica. “Também não sei lidar com mudanças repentinas de rotina, situações inesperadas. Por conta da rigidez cognitiva, meu humor muda completamente, me desregulo, fico nervosa, tenho crise de choro. Outras pessoas não entendem e só pioram a situação”.
Raquel Correia em sua formatura. Foto: Arquivo pessoal
Esses relatos são alguns dos que vocês, leitores, acompanharão a seguir nessa segunda e última parte da nossa série de reportagem sobre os desafios enfrentados por pessoas com transtorno do espectro autista em Vitória da Conquista. As diversas dificuldades enfrentadas por estudantes autistas em ambientes universitários, assim como na educação básica, como mostraremos, destacam a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e compreensiva. Os obstáculos apresentados por estudantes, pais e profissionais que lidam com o autistas vão desde a falta de treinamento adequado dos educadores e monitores até a infraestrutura insuficiente para atender às necessidades sensoriais e emocionais desses alunos no decorrer da vida adulta em ambientes acadêmicos.
Leia a primeira parte: Em Vitória da Conquista pais de autistas lutam contra a deficiência de políticas públicas e o preconceito
A importância da humanização e capacitação nos ambientes educacionais desde a base
Se no ambiente acadêmico os adultos autistas enfrentam obstáculos, na educação de base a situação também é desafiadora. Vitória, mãe de Maria Esther, de 22 anos, estudante do ensino médio, ressalta uma queixa reincidente em relação às escolas públicas, tanto municipais quanto estaduais: a falta de monitores capacitados para dar suporte a jovens, como Maria Esther, e a adolescentes autistas em momentos de crise.
“Minha filha agora está em um colégio estadual, e lá não está tendo nem cuidador porque o governo não mandou. Já tem uns três anos que ela estuda na mesma escola e não mandou o cuidador”, queixa-se.
A mãe relata ainda que Esther já sofreu uma contenção agressiva durante uma crise em outra escola. “Quando estava na escola municipal, nenhum cuidador estava preparado para trabalhar com autismo. Já chegou ao ponto de um cuidador ir na escola por minha filha estar nervosa e beliscou ela. No dia seguinte ela não foi mais para a escola, por conta que ela não estava preparada para receber beliscões”, denuncia.
Para além de ter profissionais que saibam lidar com autistas em ambientes escolares, há a própria necessidade de que as escolas tenham cuidadores suficientes para atender a demanda de estudantes. A mãe de Esther diz que na escola estadual que a filha está atualmente precisa de nove cuidadores, mas que a Secretaria de Educação da Bahia enviou apenas dois.
Em contato com nossa reportagem, a mãe de uma menina autista de 8 anos, nível 3, que preferiu não ser identificada, relata que falta ambientes apropriados e com brinquedotecas para acalmar as crianças nas escolas municipais. “É preciso ter espaços com atividades para a criança se regular, um lugar específico com brinquedos para que a criança respire, não só nas escolas, mas em outros estabelecimentos, como shoppings e outros”, diz.
A presença de um profissional de acompanhamento – também conhecido como auxiliar de educação inclusiva, tutor ou acompanhante terapêutico – junto ao aluno em sala de aula é um direito assegurado às pessoas autistas por lei.
Iara Mendes, neuropsicopedagoda, especializada em autismo e outros transtornos cognitivos e atuante na área de educação inclusiva em Vitória da Conquista, ressalta que além de quantidade, é preciso atentar para a capacitação contínua dos monitores, a começar pelo cuidado emocional destes profissionais.
“Esse treinamento tem que ser feito contínuo. Pouco se fala sobre os cuidadores e auxiliares de vida escolar dos autistas, mas eles também precisam de cuidados, de um olhar diferenciado para eles, acompanhamento psicológico, para que aprendam a lidar com as demandas. É de fundamental importância que eles também estejam emocionalmente bem, para poder atuar. Não é só um treinamento prático”, alerta.
Para Iara, a humanização desse profissional e de todos é a base de tudo. “Para que se promova a educação inclusiva no ambiente escolar, se faz necessário também a capacitação de toda a comunidade escolar. Precisa primeiro ter empatia, olhar o outro com um olhar diferenciado, mais atencioso. Muitas vezes a pessoa tenta fazer aquilo só porque foi passado, porque está na lei, porque o pai exigiu, mas se não tiver uma empatia, a inclusão dentro do ambiente escolar não vai acontecer”, pontua.
Iara Mendes. Foto: Arquivo pessoal
Joane Vale Ribeiro é formada em Pedagogia na UESB, com pós-graduação em Psicopedagogia em ABA e formações na área de Tecnologia Assistiva com foco em Comunicação Alternativa Aumentativa, e também defende que o treinamento dos acompanhantes escolares ou monitores seja contínuo e afirma que as lacunas vão além desse quesito.
“São vários outros problemas que as escolas enfrentam, como falta de valorização profissional, superlotação de turmas. Não existe um projeto pedagógico voltado para essas crianças. Elas passam quatro horas na escola e têm sobrecarga sensorial, não têm um acolhimento nem estrutural, nem profissional, nem pedagógico, nem social. Na maioria das vezes os colegas acabam excluindo essa criança. Falta muita coisa”.
Joane Vale Ribeiro. Foto: Arquivo pessoal
A pedagoga também é entusiasta do método DUA – Desenho Universal para Aprendizagem e a Tecnologia Assistiva (TA) e acredita que não só os autistas, mas todos os demais estudantes se beneficiariam da implementação destes nas escolas.
“O DUA prega que a gente não precisa esperar a demanda chegar até o ambiente. Antes disso a gente pode preparar o ambiente para esta demanda, mesmo que ela não exista. Mesmo as pessoas que não têm nenhuma questão neurodivergente diagnosticada também podem se beneficiar do DUA. Pessoas que aprendem com mais de um estímulo, por exemplo, que gostam de ler ouvindo música, ou fazendo um movimento com as mãos ou pés, quando ela chegasse na escola, teria uma cadeira com um preparo embaixo para ficar passando o pé ou uma sala com uma bola de pilates para poder ficar movimentando enquanto a professora passa o conteúdo”, explica Joane.
O Desenho Universal para a Aprendizagem prevê objetivos, métodos, materiais e avaliações mais flexíveis e acessíveis para todos, que implicam em múltiplas formas de representação de objetos de aprendizagem e de ação/expressão do (da) estudante e seu engajamento. Assim como a Tecnologia Assistiva engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que promovam a funcionalidade e a participação de pessoas com necessidades específicas com autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. O curso é oferecido no Brasil pela Fundação Roberto Marinho/Futura e SENAI.
Desafios dos autistas nos ambientes universitários
Um bom planejamento que promova a diversidade nas escolas deve estar baseado em alguns pilares, como a implementação e apoio de políticas públicas, boa gestão escolar, estratégias pedagógicas, inclusão da família e apoio de parcerias.
Entre os problemas relatados pelos entrevistados em nossa reportagem, a sobrecarga sensorial, falta de empatia e conhecimento dos colegas e até de professores são alguns dos problemas citados. A ansiedade e cansaço também fazem com que alunos autistas faltem muito às aulas. Com a dificuldade de interação com os colegas, o ritmo de aprendizagem fica prejudicado.
A hiperestimulação sensorial é uma sensação onde um ou mais dos sentidos do corpo são afetados por uma carga de estímulos presentes no ambiente maior do que esta pessoa consegue suportar, causando uma sobrecarga de estímulos. Diversos elementos ambientais podem afetar um indivíduo e isso deveria ser levado em consideração nas salas de aula.
Afonso, estudante de Engenharia Elétrica citado no início da reportagem, relata outro problema vividos por quem tem TEA em ambientes acadêmicos e até mesmo no transporte público. “A luz fluorescente branca prejudica até neurotípicos, com dispnéia, tosse e intoxicação por conta da inalação do mercúrio e chumbo dentro do vidro da lâmpada, e em um ônibus fechado e com pouca ventilação é ainda pior. As luzes de LED é uma alternativa melhor, que dura mais tempo e é reciclável”, diz.
Afonso de Carvalho. Foto: Arquivo pessoal
“Tanto as universidades, escolas e serviços públicos de saúde e privado precisam cumprir e revisar diariamente botar em prática o atendimento prioritário às pessoas com necessidades como as nossas. Muitos ambientes, infelizmente, em Vitória da Conquista, se recusam a dar atendimento prioritário, mesmo que a lei os obrigue fazer isso”, queixa-se.
O estudante também aguarda há 6 meses para realizar uma cirurgia urgente de obesidade, hormônios e ortodontia maxilar e a espera tem atrapalhado seu desenvolvimento acadêmico. “Nem sequer fui convocado pra fazer avaliação, embora eu tenha láudo médico e apoio dos profissionais, psicólogos e médicos. Enquanto isso estou sofrendo com infecções recorrentes e cólicas todos dias. Por conta disso, segundo o médico não posso iniciar o tratamento pra eliminar os sintomas da doença até que a cirurgia seja realizada”.
Carolina Bloizi, cursa o último semestre de arquitetura e urbanismo na UFBA de Salvador, soube que é autista nível 1 recentemente, aos 31 anos, ela também tem superdotação e relata que as maiores dificuldades que enfrenta está relacionada com o diagnóstico tardio. Além dos demais problemas sensoriais enfrentados também por outros autistas, desenvolveu ansiedade, o que fazia com que ela faltasse muito. “Por conta da ansiedade, já aconteceu muitas vezes de eu ultrapassar o limite de faltas e dependia da boa vontade dos professores, mas como eu ainda não tinha o laudo de TEA, acabava muito a mercê dos professores”, diz.
O assédio moral na UFBA também já foi vivenciado por Carolina. “Tive um professor que me tratava de uma forma diferente. Ele não me orientava nos projetos arquitetônicos, não olhava o trabalho direito, tirava as dúvidas da forma mais breve possível e quando chegava na apresentação ele ‘esculhambava’, ao ponto de eu sair de uma apresentação em que ele falou tão mal do projeto que eu saí me perguntando se eu tinha entrado para o curso certo, se eu serviria como arquiteta”, relembra.
“É complicado denunciar professores na Universidade Pública. É muito mais difícil porque eles se protegem e existe uma hierarquia que pode até acontecer da gente ser perseguido”, denuncia Carolina, que ainda relata ter sofrido assédio em um grupo de pesquisa por conta de sua aparência, pela forma que cortou o cabelo e até por dizer ser vegana. A estudante disse ainda que não tem conhecimento de nenhuma política inclusiva desenvolvida na instituição voltada para os alunos autistas.
Carolina Bloizi. Arquivo pessoal
Raquel Correia, bacharel em Direito, lembra que apesar dos inúmeros problemas enfrentados pelas crianças e adolescentes autistas, não se pode esquecer que os adultos também precisam de assistência. “Nunca se fala dos adultos. As pessoas acham que as crianças e adolescentes crescem e deixam de ser autistas, mas não”.
No ambiente acadêmico, coisas corriqueiras para muitos, como formar equipes para apresentações de trabalhos ou mesmo participar de debates, se tornam quase um martírio. Os autistas podem se sentir sobrecarregados emocionalmente, sensorialmente e até socialmente. Por conta disso, podem ocorrer as crises sensoriais, ou seja, a pessoa autista pode receber uma sobrecarga de entradas sensoriais por meio do tato, olfato, paladar, audição e visão, e não conseguir processar as informações da forma adequada.
Como sabemos cada pessoa autista reage de uma forma ao ser estimulada. E, às vezes, elas podem se expressar por meio de crises. As crises podem variar na intensidade e causa e também recebem nomenclaturas diferentes.
O que dizem as instituições de ensino consultadas por nossa reportagem
Prefeitura – Sobre o déficit de cuidadores e monitores treinados para lidar com alunos com Transtorno do Espectro Autista na Rede Municipal de Ensino, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) informou que em junho deste ano, por meio da 11ª chamada do edital 001/2024, convocou 151 candidatos para 100 vagas, mas somente 35 compareceram, sendo imediatamente integrados à rede. (Veja no link).
Ainda de acordo com a SMED, atualmente, a Rede Municipal tem 535 auxiliares de vida escolar para 1.223 alunos com diagnóstico de TEA. “Esse quantitativo tem sido suficiente para a demanda, pois alguns auxiliares atendem de duas a três crianças com TEA grau 1. Nos casos mais severos, graus 2 e 3, o auxiliar é exclusivo. Todos os auxiliares têm carga horária de 40h semanais, podendo atender alunos nos dois turnos, cujas escolas não têm ensino integral”, diz a nota enviada à nossa reportagem.
Sobre formação continuada dos profissionais, a Smed informa que oferece, ao longo ano, uma série de cursos, com várias temáticas pedagógicas, para todos os profissionais que atuam na Rede Municipal de Ensino, a exemplo de gestores, coordenadores, professores, monitores, auxiliares de vida escolar e demais servidores. No caso dos profissionais que atendem alunos com TEA, a formação é feita pela Equipe de Educação Especial Inclusiva do Núcleo Pedagógico da Smed.
Com relação às brinquedotecas, a Smed destaca que todas as instituições, Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e escolas receberam brinquedos, jogos educativos e específicos para a inclusão. “Embora muitos espaços lúdicos tenham sido ou estão sendo criados nas unidades escolares, nem todas as escolas têm lugar específico para que se possa montar uma brinquedoteca. Os professores são orientados a incluir na rotina das crianças momentos para brincar com os materiais que já fazem parte da proposta educacional voltada para a primeira infância”, diz a SMED.
Quanto às políticas públicas voltadas para a inclusão de crianças com TEA, a Smed esclarece que o Núcleo de Educação Especial Inclusiva trabalha em conformidade com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), e com as legislações vigentes, que amparam a garantia dos direitos do público da educação especial inclusiva.
Nessa perspectiva, de acordo com a Prefeitura, foi implementado no município, o Programa das Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs). Atualmente, são 27 SRMs ativas, sendo 24 nas escolas da Zona Urbana e três na Zona Rural, onde os professores especialistas fazem o Atendimento Educacional Especializado (AEE), de forma complementar ou suplementar, para os alunos com deficiência e TEA, matriculados nas classes comuns do ensino regular das escolas da Rede Municipal de Ensino, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem.
Como suporte tecnológico para os trabalhos pedagógicos nas SRMs, a Smed afirma que adquiriu 90 mesas PlayTable, equipamento cujo objetivo é criar dinâmicas mais estimulantes para os alunos e também para os professores, na medida em que apoia as estratégias pedagógicas. A PlayTable é uma ferramenta prática, fácil de usar, intuitiva e que encanta os alunos, por ser uma mesa interativa e multidisciplinar que se propõe a explorar a ludicidade por meio da tecnologia. O acessório foi distribuído a todas as creches, Cmeis e escolas que atendem turmas de educação infantil.
Em 2022, a Smed informou que adquiriu também o TIX letramento, um recurso inovador que dá autonomia a pessoas com limitação motora para controlar qualquer computador. O programa empodera e garante autonomia aos alunos com deficiência, ao ampliar as possibilidades de comunicação, de criatividade e de desenvolvimento de competências e habilidades de leitura, de produção de textos e de cálculos matemáticos.
“O objetivo da Smed é ativar mais salas de Recursos Multifuncionais nas escolas da Rede Municipal para atender aos alunos com deficiência, aumentar a oferta de cursos de formação continuada e seguir realizando encontros formativos e oficinas pedagógicas com todos os profissionais da Rede Municipal de Ensino para que a Educação seja cada vez mais de excelência”, diz a nota.
Governo do Estado – Em entrevista cedida à nossa reportagem, o coordenador de Educação Especial da Secretaria da Educação da Bahia, Alexandre Fontoura, informou que existem 116 estudantes com autismo matriculados no Núcleo Territorial de Educação - NTE 20 – que engloba a região sudoeste. Especificamente em Vitória da Conquista são 63 estudantes adolescentes. Na Bahia, o total é de 2.563 estudantes autistas nas escolas do estado.
“Quando estes estudantes chegam pra gente, primeiro é feito uma anamnese pela escola para perceber qual grau de autonomia este estudante tem, se tem autonomia de ir ao banheiro, se ele é verbal, se come sozinho, porque o papel do profissional de apoio escolar é o de cuidar, por isso que algumas pessoas chamam de cuidador, ele não é um monitor, não é um técnico de AE, é um profissional de apoio escolar. O perfil dele é ajudar o aluno em suas necessidades físicas básicas. O que é exigido desse profissional é o ensino médio e 8 horas de curso”, explica Alexandre.
Alexandre diz ainda que se o estudante tiver autonomia, se for verbal, não é colocado nenhum ‘cuidador’ com ele. “Isso porque o papel da escola é preparar o sujeito para a vida em sociedade, inclusive para não criarmos ideia entre os outros estudantes que aquele aluno não é capaz”, diz.
Ainda de acordo com o representante do governo do estado, a rede conta com 787 profissionais de apoio escolar, que são REDAS emergenciais (1 ano de contrato). “A gente está fazendo um concurso no ano que vem de REDA seletivo que dura mais tempo, 6 anos, para justamente a gente qualificar este atendimento”, diz.
O governo da Bahia informou ainda à MEGA RÁDIO que fez um aporte financeiro para todas as unidades escolares com recurso específico pedagógico, para que as escolas possam ter atividades adaptadas nas salas de recurso multifuncional. “Estamos viabilizando que todas as escolas possam abrir salas de recurso multifuncional, com um professor efetivo especialista para atendimento educacional especializado ao estudante no contra turno escolar”.
O coordenador de Educação Especial da Secretaria da Educação da Bahia revelou ainda que Vitória da Conquista receberá um CAPE – Centro de Apoio Pedagógico Especializado – para dar suporte aos estudantes autistas e outros com necessidades especiais na região sudoeste. “Já temos 14 na Bahia e vamos abrir mais 10 onde não tem. Até 2025 a gente chega em todos os territórios”.
UFBA - A instituição tem como suporte o NAPE - Nucleo de Apoio à Inclusão do Aluno com Necessidades Especiais, criado através da Portaria nº 74, de 26 março de 2008 e vinculado à Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil - PROAE com a missão de contribuir para a eliminação de barreiras atitudinais, arquitetônicas, comunicacionais, tecnológicas, didáticas e culturais, com vistas à inclusão da pessoa com deficiência na Universidade Federal da Bahia.
Nossa reportagem não conseguiu obter em tempo hábil maiores informações sobre as ações efeitivas do NAPE.
UESB - A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia tem Núcleo de Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência (Naipd) onde dá atenção ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). São 24 estudantes matriculados na instituição com o diagnóstico de TEA, sendo 12 no campus de Vitória da Conquista, 11 no de Jequié e 1 em Itapetinga. Em documento enviado a nossa reportagem a UESB diz que a “política de inclusão no ambiente acadêmico é fundamental para superar as barreiras e garantir que os discentes com TEA tenham as mesmas oportunidades que os demais. Ela não apenas promove a igualdade de direitos, mas também sensibiliza e prepara a comunidade como um todo, ao reconhecer e valorizar a diversidade de habilidades e perspectivas que cada indivíduo traz. Na Uesb os discentes com TEA são atendidos pelo Naipd por meio de suporte individualizado, recursos adequados, atendimento e acompanhamento pela equipe multidisciplinar e tutoria em disciplinas, entre outros”.
Reportagem de Caíque Santos
Edição de Fábio Agra