O primeiro turno das eleições municipais acontecerá no início do próximo mês, em 6 de outubro, entretanto, os candidatos à Prefeitura de Vitória da Conquista parecem já estar entrando no clima para a disputa desde já. 

A atual prefeita do município, Sheila Lemos (União Brasil), que busca a reeleição, recebeu dois pedidos de impugnação da sua candidatura, sendo um deles realizado pelo candidato Dr. Marcos Adriano (AVANTE) e pela coligação “A Força pra Mudar Conquista” (composta por PT, PC do B, PV, PSOL, REDE, PSB e PSD). Ambos alegam que a candidatura de Sheila configura uma perpetuação de poder dentro de um mesmo grupo familiar, o que seria vedado pela legislação eleitoral.

O argumento se baseia no fato de que a mãe de Sheila, Irma Lemos, exerceu o cargo de prefeita de Vitória da Conquista nos últimos dias de dezembro de 2020, após o afastamento do então prefeito Herzem Gusmão por motivos de saúde. Os impugnantes sustentam que tal ação caracteriza exercício de mandato e, por consequência, inviabilizaria a reeleição de Sheila.

O juiz eleitoral João Lemos Rodrigues havia deferido recentemente a candidatura de Sheila Lemos, negando os pedidos de impugnação. O magistrado argumentou que, ao ocupar o cargo, Irma Lemos não sucedeu o mandato de Herzem e apenas o substituiu de maneira provisória, sem caráter definitivo, mesmo que tenha ocorrido nos últimos dias do mandato. Segundo a decisão, o fato de Irma ter substituído o prefeito não cria inelegibilidade para sua filha, Sheila, pois não se tratou de um exercício de mandato autônomo.

O TRE-BA ainda não definiu uma data para o julgamento do recurso, mas espera-se que a decisão seja tomada em breve, visto que o calendário eleitoral exige celeridade na resolução desses casos.

A decisão do recurso pode ser responsável por mudar o rumo da campanha eleitoral em Vitória da Conquista, já que pode deixar Sheila de fora da disputa pela prefeitura da cidade, a depender do seu resultado.