VOCÊ SE PERMITE SENTIR?
Imagem: Brain-4065088/pixabay
Por Vanda Araujo
Todos fomos orientados sobre os sentimentos que nos fariam pessoas boas e sobre aqueles sentimentos que nos depreciariam, nos impedindo de receber amor, reconhecimento e admiração dos outros.
Estou cert@ de que te avisaram também sobre as "boas" e "más" emoções.
O aprendizado de que existem umas coisas que podemos sentir e outras que devemos evitar ou “engolir” criou a maior confusão na nossa forma de lidar com os sentimentos e com as emoções.
O que não nos foi dito (ou o foi a poucos) é que não existem emoções positivas ou negativas.
Emoções são emoções. O que fazemos delas é o que as define como agradáveis ou não.
A palavra Emoção (do latim e-movere, que significa "mover para fora") já nos dá a ideia de movimento. Há aqui um questionamento importante: Permitimos que o que sentimos se mova dentro de nós?
Por ser energia em movimento, nenhuma emoção permanece (a ser sentida) para sempre. Ao nos permitirmos entrar em contato com aquela que se faz presente em nós e buscar entender a mensagem que ela nos traz (sobre nós), elas passam.
Exatamente. Da mesma forma que a nossa natureza cíclica e em processo de vir a ser, ao aprendermos a entender, ressignificar as emoções que em nós se desdobram, elas transformam-se, sucedem-se num vai e vem e passam, dando origem a outra coisa.
Semelhante às estações do ano, às fases da lua, ...
Raiva, medo, tristeza e alegria, uma emoção se transforma em outra e influencia a forma com que vamos (re) criando a nossa realidade.
A raiva, por exemplo, energiza em direção ao novo, a tristeza ajuda a enfrentar e elaborar o luto no curso de nossos processos vitais. O medo saudável tem garantido em nós a preservação da vida, e a alegria é o que nos ajuda a nos percebermos no caminho certo.
Você consegue se imaginar vivendo sem a diversidade de emoções com que experienciamos a vida? Esta tornar-se-ia seca e insossa.
Quer seguir em direção à sua plenitude? Adentre o universo da educação emocional. Vamos junt@s?
Então, me diga ...
O que é que você faz com aquilo que sente?
Você é daquel@s que vivem ocupados demais, evitando parar porque
“se parar, pensa; se pensar, sente; se sentir, dói?”
Acredite, pode doer muito mais aquilo que você não se permite sentir.
Eu te proponho, pra hoje, que comece anotando num caderninho, diário, caderno do eu (entre os vários nomes conhecidos, da escrita terapêutica) enfim, escolha a vontade, mas anote:
1. O que você vem sentindo? Se comprometa a parar de se distrair para fugir do que sente. Escreva, em detalhes, sem se preocupar em justificar, julgar ou explicar os seus sentimentos. Simplesmente coloque no papel o nome de todas as emoções e sentimentos (São diferentes?! Sim. São. Tema pra outro post.) que te preenchem a mente.
2. Hoje (um dia de cada vez, ok?) não se ignore. Se permita sentir. Olhe para a forma como vem se sentindo em relação à vida e, ao final, escreva como foi estar com as suas emoções durante o dia.
E por que se acolher, vivenciar e expressar as suas emoções é tão importante?!
Porque quando a boca cala, o corpo fala!
A dor (entenda incômodo, conflito, trauma) não expressa, causa mudanças significativas no nosso corpo. A conhecida somatização. Esta linda relação da Medicina com a Psicologia, é fonte de estudo da Psicossomática.
Buscar compreender a fim de poder aceitar os nossos sentimentos pode evitar que se manifestem através de sintomas.
Mas como aceitar pensamentos ruins, estranhos, gente?!
Aceitar os seus sentimentos é permitir que estes venham sem julgamento ou tentativa de ignorá-los... E por quê? Porque os sentimentos, como muito do que é reprimido ou ignorado, tendem a aflorar em momentos inesperados e inoportunos, com expressão excessiva da raiva ou em discussões com consequências violentas, entre muitas outras possibilidades, incluindo as somatizações, isto é, patologias orgânicas.
Aprender a nomear tuas emoções te ajuda a evitar ser tratado como doente e a ser medicado por não reconhecer um sentimento cujo propósito pode não ser apenas doer, mas te mobilizar rumo às mudanças necessárias.
E não podemos tratar do que não (re)conhecemos em nós, certo?
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Sobre a autora: Eu sou Vanda Araujo (abreviatura, viu?!). Sou graduada em Psicologia, especialista em Terapia Familiar Sistêmica, com formação em Terapia Comunitária Integrativa e em Análise Corporal. Atendo adultos (individual e casal) de forma predominantemente remota e te afirmo que a maior distância entre as pessoas não é geográfica, é afetiva. Não importa em que parte do mundo você esteja, a distância é indiferente. O que é realmente importante é a relação sincera e confiável que estabelecemos entre eu e você.
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