Dia das Mães: Que sentimento te define?

Foto: UOL


 

Por Vanda Araujo

 

Você comemorou o Dia das Mães? Se você comemora, quais sentimentos prevalecem? Os sentimentos mais comuns costumam ser de gratidão, felicidade, alegria, amor, saudade, orgulho. Mas ...

Sabia que esse dia faz muitas mulheres revisitarem a dor da culpa por não se sentirem amadas pela pessoa que as trouxe à vida? Se esse é o seu caso, eu vejo você. Eu te acolho! Abordaremos essa temática na próxima semana, combinado? Fica até o fim? E, por favor, lembra que você não precisa sofrer calada e continuar se machucando. A terapia te permite trabalhar essa ferida, integrar essa dor e dar novo sentido à sua história. 

Mas a pauta da vez são as mães. E quem aí nunca se sentiu insegura no desempenho desse papel?

Já ouviu a frase “nasce uma mãe, nasce uma culpa”?

Aliás, a maternidade e a ambivalência afetiva tem tudo a ver. Independente da idade dos filhos esse conflito de sentimentos simultâneos sempre se anuncia. Em meio a sentimentos de muito amor e gratidão, a mãe também se questiona se faz ou fez tudo certo pelos filhos, se consegue suprir as necessidades físicas e emocionais desses seres tão amados.

E diante de um fato indesejado que pensamento impera? “Por que isso aconteceu? O que fiz de errado? Por que não percebi isso antes? Onde errei?” e em seguida a culpa.

Cuidar de seres completamente dependentes exige dedicação e, muitas vezes, a saudade da vida anterior à maternidade bate forte. Principalmente se você teve que morrer depois que seus filhos nasceram, por ver seus sonhos, sua carreira, sua sexualidade, seus planos, tudo que dava sentido a teu ser mulher se desfazer.

E haja autocobrança e culpa se você ainda carrega o fardo das crenças que endeusam o ser mãe - toda mulher nasceu para ser, é instintivo, todas amam incondicionalmente… e blá, blá, blá! - o que só a aprisiona num papel idealizado e desrespeita seu direito de ser a cada dia a melhor mãe que consegue ser.

Devolver a humanidade, naturalmente imperfeita, ao ser mulher que é mãe liberta de cobranças e expectativas da mãe que tivemos e liberta da autocobrança em relação à mãe que podemos ser. 

Pesa até assumir o pensamento saudoso de quão bom era não ser responsável por alguém, se dedicar a você mesma, chegar em casa e descansar, não ter que assistir tanto desenho e nem decorar todas as musiquinhas infantis, dormir até tarde no domingo e…

“Nossa, que mãe horrível devo ser para pensar essas coisas.”

“Será que não amo os meus filhos? Como posso reclamar quando sinto tanta gratidão?”.

Ei, saiba que isso acontece com você porque você é humana. E porque está no caminho certo.

Não temos e nunca teremos o controle de muitas coisas na vida e com os filhos não é diferente.

Relaxe! Faça o seu melhor e quando estiver difícil, busque pessoas que possam te apoiar ou converse sobre suas angústias e medos com outras mães e ficará surpresa ao descobrir o quanto te entendem, porque se conseguirem ser honestas consigo, sentem o mesmo. 

Talvez seja difícil o reconhecimento de que nunca iremos suprir todas as demandas dos nossos filhotes. E está tudo bem! Porque após a fase de dependência e envolvimento primordial, o espaço para o des-envolvimento mútuo se faz necessário.

Sim, des-envolver requer um distanciamento respeitoso e progressivo para que eles adquiram autonomia e se sintam seguros para fazer as próprias escolhas.

Posso te confiar uma descoberta pessoal, cujos resultados também acompanho no atendimento clínico em terapia indiividual e familiar? Caso queira, você pode mudar essa mentalidade de que precisa parar de viver a sua vida para viver a do seu filh@.

A felicidade de toda criança flui proporcionalmente à de uma mãe que não precisa se abandonar pelo caminho (carreira dos sonhos, saúde, autocuidado, sexualidade) ou que não se recrimina achando que caminha no sentido contrário aos sonhos e necessidades do seu filho ao se perceber antes mesmo de mãe, uma mulher. 

Se estruture e planeje desacelerar para um período de dedicação, mas não se anule, pois então você não atenderá a necessidade de toda criança, de contar com uma mãe emocionalmente capaz de ser colo e motivação.

A maternidade não é fácil, mas não precisa ser penosa.

Feliz vida, mãe!

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Sobre a autora: Eu sou Vanda Araujo (abreviatura, viu?!). Sou graduada em Psicologia, especialista em Terapia Familiar Sistêmica, com formação em Terapia Comunitária Integrativa e em Análise Corporal.  Atendo adultos (individual e casal) de forma predominantemente remota e te afirmo que a maior distância entre as pessoas não é geográfica, é afetiva. Não importa em que parte do mundo você esteja, a distância é indiferente. O que é realmente importante é a relação sincera e confiável que estabelecemos entre eu e você.

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