EU TENHO MEDO!
Foto: Guilherme Santos|Sul 21
Por Laís Sousa
Eu faço parte dessa história. Eu fiz questão de assinar e faço questão de compartilhar a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito porque eu tenho medo.
O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições. Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância da Constituição Federal. De algo diferente disso, eu tenho medo...
Passamos por eleições livres e periódicas, cabendo a decisão final à soberania popular. Se não fosse assim, medo...
Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Isso sim, é exemplo de Democracia pro mundo! Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo, inclusive o que estamos tolerando agora. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.
Embora vivamos nossa democracia, há muito o que ser feito. Vivemos em um País de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Da falta disso, eu tenho medo...
Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude. Dessa demora, eu tenho medo!
Essa semana demos início a campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando a convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.
Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momentos de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições. Dessa ameaça, eu tenho medo...
Qual o teu medo? é palpável? é plausível? é tratado? é superestimado? é egoísta? é paralisante? é acariciado? é o medo da Regina? ou de gente como ela?
Regina Duarte ataca artistas que assinaram a carta e repete o bordão "tenho medo" que falou em 2002. Meme de si mesma, a via desta mulher se tornou algo inacreditável.
"O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos", disse Simone De Beuvoir. Ela nem se referia diretamente a Regina Duarte, que deveria temer, sim, as vergonhas que passa.
Se tem uma "leva" que causa vergonha, Regina, não é a dos artistas que se inteiram, socializam e posicionam. É de gente como você, que repete a estória de socialismo da Argentina e Venezuela, que vive na bolha de seus próprios interesses e não consegue fechar a boca para vomitar balela, que não respeita a própria história, arte e categoria. Gente que para conservar uma posição/opinião, abre mão de qualquer vestígio de racionalidade.
É pra ter medo Regina! O teu representante também vem demonstrando temer há algum tempo, por ele e por toda família. O medo, sobretudo, de si próprios e de seus próprios atos.
Espero que a Justiça atue constitucionalmente até o último fio de cabelo desta laia, e se faltar fio, chegue às cabeças, profundamente, no espaço onde deveria ficar o cérebro. Que nessa hora sobre toda a coragem do mundo…
Estado Democrático de Direito Sempre!!!!
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Sobre a autora: Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas vagas e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e comentarista por esporte sorte. Vamos fugir!
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Laís Sousa
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