Reboot
Montagem por PicsArt
Por Laís Sousa
Poderia me ater aos incontáveis motivos pelos quais o conservadorismo retrógrado do machismo faz nossa sociedade ir de mal a (defesa de) Prior, mas não, não quero! Prefiro dar ibope e somar ao “surto coletivo” de respeito que organicamente tornou tudo cor de rosa essa semana. E quando eu falo tudo, falo de vitrines, pizzas, sushis, pães de sal em tons de rosa que ninguém pediu!
Em época de reboot, logo após recebermos o documentário de Xuxa na Globoplay chegou aos cinemas o aclamado filmes Barbie, sucesso de bilheterias pré-vendas e marketing universal como há tempos não via de forma tão nostálgica.
20 de julho. Foi bonito, foi! Foi intenso, foi! Verdadeiramente candy color com glitter, mas… na hora do “mas” teve gente reclamando que não aguentava mais ouvir “barbie girl” e ver “rosa” pela frente. Aguente! Se tem gente que há décadas se fantasia de super herói, porque não catar o rosa e, fazer como eu que, mesmo tendo passado a infância brincando com a Susi (concorrente e não rival), calcei meu sapatinho mocassim muito confortável para ser de cristal e correspondi ao chamado da Barbie?!
A Barbie que por sinal, é uma bonequinha que não está para brincadeira: tem mais de 200 profissões, jogos, livros e nunca precisou do senhor seu Ken para nada na Barbieland. Mais feminista e empoderado que isso só a compreensão de que há um abismo entre ser “contra homens” e ser contra o patriarcado, né?! Aí nem dá para ter dó de macharada desconfortável e ofendida com a aulinha da Margot (a mesma de Arlequina) encenando perfeitamente a estereotipada…
Sim, eu assisti ao filme na estreia, captei a mensagem e saí cantando a bola: “muita gente não está preparada nem irá entender”. Dito e certo quando vi a chuva de “não gostei – não indico”, a começar por quem levou crianças para um filme indicado para 12 anos. Tédio e oração!
O filme não é socialmente irresponsável, politicamente incorreto e ludicamente deprimente. Por aí já desiludiu uma cota que vestiu rosa para ver animação live action, besteira e futilidade para agradar a girl ou o ego. Quem vai assistir – e eu incentivo que vá, pois trata-se de uma mensagem que precisa alcançar o máximo de terrenos cerebrais possível –, irá encontrar um filme inteligente, divertido, perspicaz e com reflexões progressistas. Se a Greta Gerwig não entendeu como a Matel permitiu que ela dirigisse o filme, eu terminei declarando: nem eu. Aliás, certamente vai dar o lucro que o empresariado gosta, mas das críticas necessárias nenhum âmbito foi poupado.
Quer saber?! É a reflexão que nos permite fazer a diferença, avançar e tornar mais bonita a vida. No mundo real ou ideal, o que nos faz humanos é querer ser e sentir. Quando a gente abre os olhos, entende a efemeridade do tempo, não para temer a morte, sucumbir ao cansaço, mas para não voltar ao estágio primário. Em tempos de reboot, sabe com o que não voltaremos a nos conectar?! Com a falta de conhecimento, nem que seja o próprio…
E para aproveitar o tanto que ainda temos para revisitar, vem aí show de NX Zero, Rebelde, Taylor Swift e É O Tchan versão original. Até Gossip Girl está completamente disponível no catálogo da Netflix. Isso não é um sonho, não precisamos acordar, no máximo investir, rs.
Como canta Giulia Be, “se eu pudesse, eu vivia em câmera lenta” para aproveitar toda essa nostalgia, “ou voltava no tempo pros anos 90”, porque sem dúvidas, além de nascer “perfeita”, ensinaria um tanto que tornaria a década ainda mais perfeita. Minha criança sabe, ela sabe!
Laís Sousa
Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!@laissousa_
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