Falta de projeto e de planejamento
Nenhuma cidade do mundo prospera se não tiver água suficiente para o consumo. Os mananciais hídricos são decisivos para atração de investimentos, mesmo que a economia predominante seja serviços, como é o caso de Vitória da Conquista, cujo PIB (produto interno bruto) que num passado recente era maior percentual oriundo da agricultura. Hoje cerca de 70% da riqueza da cidade vem dos serviços de educação, saúde e também do comércio, mesmo assim precisa de água para assegurar o crescimento. Nossa cidade deixa de ser atrativa para indústria, que é uma área econômica geradora de empregos, e tem perdido investimentos exatamente por falta de água.
Todos sabemos que nossa região depende de água dos mananciais de Barra do Choça, que não sustentarão o crescimento de nossa cidade. Atualmente os reservatórios de ÁGUA FRIA I e ÁGUA FRIA II acumulam juntos 6 milhões de metros cúbicos, insuficientes para atender atual demanda. Mesmo com a construção da barragem do Catolé, prevista para ser concluída em 2027, não atenderão suficientemente nossa região por mais que duas décadas.
Além da construção da barragem do Catolé, temos ainda duas alternativas, mas sem planejamentos ainda. A primeira opção e mais econômica é utilização do reservatório de Anagé, com capacidade para 300 milhões de metrôs cúbicos, o que equivale a 50 vezes as duas barragens que atendem atualmente. Quero dizer mais, se instalar um fusegate, equipamento muito utilizado nas barragens, será possível aumentar em até 25% da capacidade no reservatório do Rio Gavião. Seriam mais 70 milhões de m3 numa obra pronta.
Uma das preocupações de trazer água de Anagé é a diferença de altitudes, aproximadamente de 700 metros, mas carecemos de bombeamentos e de várias estações elevatórias, o que se torna uma preocupação com os custos operacionais. Porém hoje com o advento da energia limpa, esses custos serão tranquilamente seriam superados com usinas fotovoltaicas, dimensionadas para zerar os custos com energia elétrica.
A segunda e definitiva solução é sem dúvida a barragem do Rio Pardo. Dessa, falaremos em breve, pois o Município tem projeto, mas por se tratar de uma obra federal, articulação é outra.