Pobres Criaturas: A Revolução da Liberdade Feminina

  • Laís Sousa

Ouvi falar, fui lá, provei e vi! “Pobres Criaturas” é mesmo um daqueles brindes da sétima arte que nos fazem refletir e até se indignar no cinema mesmo. Ah, a liberdade feminina... tão incompreendida, tão desafiadora, tão revolucionária! E é exatamente essa narrativa de inquietação, com Emma Stone brilhando no papel principal, que nos provoca a questionar: por que [a liberdade feminina] incomoda tanto?

Sob a direção de Yorgos Lanthimos, o filme nos conduz por uma jornada turbulenta e, ao mesmo tempo, libertadora. A personagem Bella Baxter é um verdadeiro furacão de autenticidade em um mundo repleto de convenções sociais e expectativas machistas. Ela desafia o controle masculino com uma desenvoltura que beira a rebeldia, ignorando qualquer imposição da sociedade patriarcal.

As cenas de sexo, que renderam ao filme a classificação indicativa mais alta, não são simplesmente sensuais; são um manifesto de autodescoberta e liberdade. Emma Stone, em entrevista, ressalta a importância de Bella ser completamente livre e sem vergonha de seu corpo, mergulhando de cabeça em suas experiências.

No entanto, é preciso pontuar os verdadeiros narradores dessa história. A sexualidade da mulher livre sendo escrita, roteirizada e dirigida por homens é um ponto de reflexão crucial. Afinal, como podemos falar de liberdade feminina quando a voz das mulheres é silenciada na própria narrativa? Virginia Woolf, em "Um Teto Todo Seu", critica as heroínas do século 18, escritas por homens, por não representarem a realidade das mulheres aprisionadas pelo patriarcado. E aqui estamos nós, em pleno século 21, discutindo as mesmas questões…

Mas como nem tudo são críticas, sou mais uma entre as que reconhecem "Pobres Criaturas" como revolução artística em si mesma. Dos diálogos à trilha sonora, da direção de arte ao figurino, cada detalhe é cuidadosamente trabalhado para nos transportar para dentro da mente livre e corajosa de Bella Baxter. Uma verdadeira inspiração.

Então, vamos aproveitar o filme para cogitar: como seria o mundo se todas as mulheres vivessem como Bella? Vivessem essa liberdade desenfreada, essa coragem sem limites? Será que a sociedade estaria pronta para lidar com tanta autenticidade e coragem? Uma revolução linda, de fato! Reimaginar um mundo onde a liberdade feminina não seja apenas uma utopia, mas uma realidade palpável, nos lembra que, no fim das contas, tudo é arte. Ser mulher então…


Laís Sousa

Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!
@laissousa_
laissousazn@gmail.com

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