Pra (não) variar, fui ao cinema assistir a estreia do aguardado Coringa 2: Delírio a dois - gatilhada pela expectativa a altura do espetáculo que foi o 1º – e confesso: até quem curte musical, como eu, pode sentir o peso da trilha e da ousadia. A ideia genial pode ter funcionado melhor no planejamento que na execução…

O filme, com Joaquin Phoenix novamente brilhando como Arthur Fleck, começa exatamente onde o primeiro terminou, com Coringa preso, agora lidando com um sistema carcerário sombrio e violento que rende cenas brutais e que geram reflexões e angústias.

Lady Gaga chega como Harley Quinn, ou melhor, uma quase Arlequina de nome Lee. Sua presença é de coadjuvante, para dar suporte emocional (e até sexual) ao protagonista, incentivando, orquestrando e alimentando seus delírios. Sua participação trouxe looks e charme, mas a história da personagem de mente quebrada e suas motivações ficaram tão soltas que me faz pensar que talvez merecesse um filme próprio.

O tema da saúde mental, mais uma vez, comanda o enredo explorando mais e mais o psicológico do cara que já tinha perdido tudo. E vamos nós planar entre a ideia de causa-efeito, culpa-justificativa, erro-consequência, justo ou talvez digno de explosão. Em meio a tantas músicas, no entanto, senti que poderiam ter sido um pouco enxugadas para não dançar no exagero e cansaço.

Não é um filme memorável no sentido de transformar o gênero, mas Coringa 2 com certeza impressiona pela fotografia, pela música (com danças também) e, claro, pela atuação. Phoenix, sem dúvidas, se joga (literalmente) na performance, o que já vale o ingresso.

Para um ápice de delírio a dois em fuga da realidade, meu convite continua sendo: Coringa comigo! Pode não ser inesquecível, mas o final guarda um easter egg – partes importantes do enredo ou conexões com outro filme ou personagem – que torna a surpresa boa e imperdível. Ah, e com sorte, você ainda escapa de desistir no meio do filme se assistir em casa ao invés de ir ao cinema.

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Laís Sousa

Jornalista-marketeira-publicitária comunicando em redes sociais de segunda a sexta. Escritora e viajante nas horas cheias e extras. Deusa, louca, feiticeira com trilha sonora em alta. Leitora, dançarina e pitaqueira por esporte sorte. Vamos fugir!
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