Autoridades recomendam redobrar atenção para focos de mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya
Em 2021 a Bahia registrou mais de 24 mil casos de dengue, quase 14 mil prováveis de chikungunya e outros 973 casos prováveis para zika. A situação em todo o estado é considerada mais crítica nas regiões centro-norte e sudoeste. A preocupação das autoridades estaduais aumenta principalmente por causa do verão, época em que as temperaturas mais altas e o acúmulo de água trazidos pelas chuvas mais frequentes também atraem o mosquito Aedes aegypti, transmissor das chamadas arboviroses.
A vigilância epidemiológica no estado ressalta que mantém levantamentos frequentes para identificar e combater possíveis criadouros do Aedes, e para isso conta com o trabalho das autoridades do estado, qualificação de profissionais e treinamento de agentes de saúde; além de campanhas de sensibilização da comunidade, que pode e deve se engajar na guerra contra o mosquito.
A coordenadora da vigilância estadual, Ana Cláudia Nunes, explica que entre as medidas adotadas está a criação de uma sala de coordenação e controle de arboviroses; além de ações de capacitação e monitoramento. “Essas ações envolvem a vigilância epidemiológica das regionais e articulação com a atenção básica e assistência especializada, de modo a orientar as ações de manejo para diagnóstico diferenciado.”
Em casos mais críticos, o estado utiliza o carro fumacê, com aplicação de inseticidas, de acordo com a incidência de casos. A coordenadora da vigilância epidemiológica alerta para o papel da população na prevenção das arboviroses, e lembra que ainda não existe vacina para dengue, zika e chikungunya.
Situação do País
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Cuidados necessários
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:
- Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
- Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
- Feche bem os sacos e lixo.
- Guarde os pneus em locais cobertos.
- Tampe bem a caixa-d´água.
- Limpe as calhas.
Por isso, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de que cada cidadão inspecione os lugares em que mora ou trabalha para que não sejam depósito de ovos do mosquito. O tema é tratado na Campanha Combata o Mosquito Todo Dia.
“A campanha traz à tona a questão de cada um buscar a responsabilidade dentro do seu quintal, do seu local de trabalho e utilizar dez minutos da sua semana para fazer uma revisão nos principais locais onde possam ter criadouros do mosquito e elimine esses criadouros, não deixe que o mosquito nasça”, pondera o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka.
Para evitar a proliferação do mosquito, a população deve checar calhas, garrafas, pneus, lixo, vasos de planta e caixas d’água. Não deixe água parada. Combata o mosquito todo dia. Coloque na sua rotina.