Ministério da Saúde amplia 4ª dose de vacina contra Covid a adolescentes com câncer e HIV

Antes a indicação era de reforçar a imunização apenas de adultos deste grupo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O Ministério da Saúde recomendou nesta quarta-feira (9) a aplicação de quarta dose da vacina da Covid-19 em pessoas imunocomprometidas acima de 12 anos. Antes a indicação era de reforçar a imunização apenas de adultos deste grupo.

Estão entre as pessoas com imunossupressão, por exemplo, quem está passando por quimioterapia contra o câncer, fez algum tipo de transplante de órgão ou de células tronco, vive com HIV/Aids ou faz hemodiálise.

O reforço para o público adolescente deve ser feito com a vacina da Pfizer, afirma a Saúde.

Em nota, o ministério orientou que o esquema primário de vacinação desse grupo deve ser feito com três doses –primeira, segunda e a dose adicional– com intervalo de oito semanas entre elas. A quarta dose deve ser feita quatro meses depois.

"Após a conclusão desse esquema, é recomendada ainda uma dose de reforço quatro meses após a terceira dose (ou dose adicional). Essa orientação já vale para a população adulta, com mais de 18 anos, com alto grau de imunossupressão", disse a Saúde.

Desde dezembro de 2021 o ministério recomenda a quarta dose aos adultos imunocomprometidos. A manifestação da pasta não tem poder de determinar as ações de estados e municípios.

Na segunda-feira (7), o ministério afirmou em nota técnica que não há dados suficientes para a aplicação da quarta dose da vacina em toda a população.

O governador João Doria (PSDB) disse nesta quarta (9) que São Paulo irá adotar a nova dose contra o coronavírus mesmo sem aval da Saúde. Ele afirmou que este reforço está em estudo, mas não informou data para dar início ao calendário de vacinação.

Em resposta a Doria, o ministro Marcelo Queiroga disse que a prioridade do governo federal é a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 e criticou a interferência de governadores e prefeitos na discussão sobre a aplicação da quarta dose do imunizante.

Queiroga afirmou que não há definição no Ministério da Saúde sobre o tema e que a área técnica ainda avalia a necessidade de ampliar a vacinação. O ministro disse que não conversou com Doria sobre o tema.

"Esse assunto nós já sabemos, não é? O governador de São Paulo e outros chefes de Executivos, seja de estado e município, muitas vezes eles interferem no processo decisório a respeito da imunização", disse em entrevista após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Técnicos da Saúde e do PNI (Programa Nacional de Imunizações) devem voltar a avaliar na sexta-feira (11) se indicam a aplicação de nova dose contra a Covid-19.

Na nota divulgada na segunda, a Saúde afirma que ainda é preciso compreender o cenário epidemiológico para decidir sobre ampliar o uso da quarta dose. "Antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do PNO [Plano Nacional de Operacionalizações], se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação (vacinados x não vacinados)", diz a nota técnica.

Folhapress

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