Esforços repetitivos podem causar inflamação do cotovelo
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Ao ouvir alguma palavra com o final “ite”, já imaginamos: vem algum problema de saúde por aí. A terminologia indica inflamação, que atinge várias regiões do corpo, por diversas razões e, uma dessas partes é o cotovelo, que em razão de esforço repetitivo, por alguma prática esportiva ou profissional, pode dar origem à epicondilite lateral, também conhecida como “cotovelo de tenista”.
O problema ocorre quando o ossinho lateral do cotovelo se torna dolorido e sensível, ocasionado pelo excesso de uso dos músculos extensores do punho e da mão. No que se refere ao esporte, além do tênis, outras modalidades como squash, judô, jiu-jitsu, remo e até musculação podem impactar a estrutura do cotovelo. Já nos ofícios, é situação comum em pessoas que exercem trabalhos domésticos, digitadores, carpinteiros, operários da construção civil, de linhas de montagem, carpinteiros, manicures, entre outros. No Brasil, estima-se que a dor no cotovelo atinge mais de 150 mil casos por ano.
“Apesar do nome do problema estar relacionado à prática esportiva do tênis, apenas 5 a 10% dos pacientes que apresentam essa condição praticam o esporte. Segundo um estudo publicado pela RBO – Revista Brasileira de Ortopedia, 95% dos pacientes são representados por pessoas entre 35 e 55 anos, nas quais o início dos sintomas é relativamente insidioso, com caráter progressivo. Geralmente, são trabalhadores que exercem atividades de repetição ou esforços intensos isolados”, fala o médico ortopedista e cirurgião do ombro e cotovelo, Dr. Luis Alfredo Gomez.
O especialista fala que os sintomas são de fácil percepção, pois, além da dor, há perda de função, sendo difícil, por exemplo, girar a maçaneta da porta ou segurar uma jarra.
Dr. Luis Alfredo lembra que o cotovelo é uma região que também pode ser atingida por outras doenças, por isso, é importante procurar um especialista para identificar o sintoma exato e indicar o melhor tratamento. “O paciente que apresenta epicondilite queixa-se muito da dor, sendo necessário o repouso com controle de excessos, não sendo obrigatório a abstenção da atividade, seja ela esportiva ou laborativa. O tratamento médico conservador, que é o não cirúrgico, envolve também fisioterapia, exercícios caseiros e medicação essencialmente analgésica”, fala.
Cirurgia só é indicada caso não haja melhora no tratamento conservador depois de seis a oito meses, ou no caso de recidivas. “A cirurgia busca a retirada do tecido acometido doente e o reparo desta região, proporcionando cicatrização local e retorno funcional. No entanto, o tratamento conservador permite resolver entre 80% a 95% dos casos de epicondilite lateral”, conclui.