Com avanço da tecnologia, bancos fecham mais de 170 unidades na Bahia nos últimos quatro anos
Foto: Divulgação/Bradesco
O setor bancário tem sido uma das principais categorias impactadas com o novo cenário de avanços na tecnologia e digitalização dos serviços. Desde 2019, os bancos vêm fechando as portas no estado baiano. Até o momento, 178 agências já foram desativadas em toda a Bahia.
A troca do serviço presencial pelo o digital é incentivada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que vê a transição como movimento estratégico para os bancos neste momento. O Sindicato dos Bancários da Bahia, no entanto, é contrário à iniciativa da Febraban. Presidente da associação representativa da categoria, Augusto Vasconcelos cita as perdas de posto de trabalho como principais consequências.
“Apesar de lucros bilionários, os bancos insistem em fechar agências, reduzir postos de trabalho, demitindo vigilantes bancários e trabalhadores da área de apoio”, afirma ao Metro1 Augusto Vasconcelos, que é também é vereador de Salvador.
De acordo com o presidente do sindicato, o Banco do Bradesco lidera na Bahia nos números de perda de agência durante os últimos quatro anos, com 82 bancos a menos prestando serviço de maneira física. O Banco do Brasil, por sua vez, registrou 60 fechamentos pelo estado. Só nos últimos cinco meses, foram menos 17 unidades físicas em atuação no estado.
Vasconcelos ainda lista que, dentre as consequências, está o prejuízo para a economia e para o comércio local. Para ele, o fechamento de agências bancárias dificulta o acesso da população aos serviços, especialmente nas unidades fechadas nos bairros populares. O presidente chama a atenção também para aposentados e trabalhadores da zona rural, que possuem um acesso mais restrito ao ambiente virtual. Além de bairros populares, que tiveram suas unidades extintas nos últimos anos.
Direito do consumidor
O advogado especialista em Direito do Consumidor Daniel Rasec explica que existe uma cota ou número específico que os bancos devem cumprir sobre a existência de agências físicas. Isso significa que o atendimento presencial não é obrigatório.
“Prova disso são os bancos digitais que não detém agências físicas e crescem a todo momento”, ressalta. Apesar disso, o especialista lembra que os bancos devem seguir os critérios e requisitos mínimos para o funcionamento da instituição bancárias, independentemente de sede física ou não, seguindo as normas e regulamentos do Banco Central do Brasil (BCB) e demais autoridades reguladoras.
Ainda segundo Rasec, já existem discussões e projetos de leis que visam tornar obrigatória uma sede física em cidades com mais de 5 mil correntistas, mas nada foi sancionado.
Metro1