Começa julgamento do caso Givanete Nogueira no Fórum João Mangabeira
Familiares de Givanete em manifestação no Fórum João Mangabeira. Foto: Danilo Souza
Matéria atualizada para acréscimo de informação
Começou na manhã desta quinta-feira (22) na Vara do Júri de Execuções Penais, do Fórum João Mangabeira, em Vitória da Conquista, o julgamento do caso da empresária Givanete Nogueira, assassinada em janeiro de 2021 e que teve seu corpo encontrado próximo a Barra do Choça. Segundo as investigações da Polícia Civil, o empresário Everton Bruno dos Santos Miranda foi apontado como o responsável pelo homicídio.
Mais de três anos após o assassinato de Givanete, testemunhas e policiais que trabalharam no caso foram ouvidos nesta manhã, além de familiares da vítima, que também fizeram uma manifestação na entrada do Fórum João Mangabeira. O caso foi levado a júri popular, composto por sete jurados. Muitas pessoas compareceram nessa manhã no Fórum João Mangabeira para acompanhar o julgamento.
O desaparecimento de Givanete
Givanete desapareceu em 19 de janeiro de 2021, após ter comentado para uma amiga, que também trabalhava como funcionária na loja da empresária, que iria se encontrar com Everton Bruno. Em depoimento para a Polícia, essa funcionária argumentou que percebeu um nervosismo na postura da empresária, já que este encontro aconteceria para tratar de uma dívida de aproximadamente R$15 mil que Everton tinha em aberto com Givanete.
Tanto Givanete quanto Everton Bruno trabalhavam na Galeria Joaquim Correia, em Vitória da Conquista, em lojas vizinhas. Em algumas ocasiões, Everton chegou a utilizar a máquina de cartão do estabelecimento de Givanete para receber pagamentos provenientes de compras em sua loja.
Segundo depoimento da funcionária, como testemunha, durante o julgamento, Everton Bruno foi a última pessoa a estar com a empresária, ainda no dia 19, quando os dois combinaram de ir até a agência bancária para resolver a dívida. Por se tratar de um valor consideravelmente alto, a transação só poderia ser feita de forma presencial.
A denúncia do desaparecimento de Givanete e a suspeita sobre Everton Bruno
Ao notar que Givanete não havia retornado, a sua funcionária, já no dia seguinte, 20 de janeiro, optou por entrar em contato com a Polícia para informar o desaparecimento. Além da funcionária, Everton Bruno também foi convidado a depor, já que foi a última pessoa a estar com Givanete até então.
O encontro entre os dois empresários realmente aconteceu, conforme foi admitido por Everton para a Polícia em um dos seus depoimentos. De início, ele depôs como um colaborador para o caso, e não como suspeito, entretanto, algumas incoerências começaram a surgir durante o seu relato, o que foi notado pelos policiais, segundo depoimento de um policial que participou das investigações.
Durante a investigação, segundo esse policial, alguns pontos foram percebidos pelos agentes: um deles foi o caminho apontado no aplicativo de GPS de Everton, além de câmeras de segurança que filmaram um carro semelhante ao que ele usava e que fazia um caminho em direção para onde o corpo da vítima foi encontrado posteriormente. Outro detalhe notado foram as conversas de Whatsapp de Everton, que possuía um histórico de mensagem salvo há mais de um ano, mas havia apagado as mensagens que trocou com Givanete, principalmente nos dias que antecederam o seu desaparecimento. Aspectos físicos, como marcas visíveis no corpo de Everton e que se assemelhavam a marcas de unhas, também fizeram com que as suspeitas sobre ele se tornassem maiores.
Givanete é encontrada morta e o crime começa a ser investigado
No dia 21 de janeiro, Givanete foi encontrada já sem vida, próximo a Barra do Choça. Havia marcas de estrangulamento e mordidas em seu corpo, de acordo com policiais que trabalharam na investigação do caso. Após o corpo ter sido encontrado, Everton passou a ser o principal suspeito da autoria do crime e foi preso de forma temporária no Conjunto Penal de Vitória da Conquista. Mais tarde, a pena de prisão temporária foi convertida para prisão preventiva.
A condenação de Everton Bruno (Trecho atualizado)
O julgamento resultou na condenação do réu. Everton Bruno dos Santos Miranda recebeu a pena de 18 anos de prisão, em regime fechado, por ter cometido os crimes de homícidio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A sentença foi proferida pela juíza Dra. Janine Soares de Matos Ferraz