A votação do projeto de lei 02/2024, enviado à Câmara pela Prefeitura e que trata do reajuste salarial dos servidores públicos de Vitória da Conquista, teve bate-boca entre o vereador Chico Estrela (AGIR) e o Sindicato do Magistério Municipal Público (SIMMP), abstenção do Partido dos Trabalhadores (PT) na votação e manifestação do (SIMMP).

Com a sessão em clima de protesto, a votação seguiu e o projeto teve parecer favorável da Câmara, mesmo com a bancada do PT se abstendo em protesto contra a falta de diálogo do Executivo com os sindicatos, como disse o vereador Valdemir Dias (PT). O reajuste foi de 4,62% para o Sinserv e aplicação do percentual de 3,62% para o magistério da educação básica.

Integrantes do SIMMP estiveram presentes na Câmara dos Vereadores em protesto contra o PL 022024 que trata do reajuste salarial dos professores.

O projeto foi para votação na Câmara de Vereadores em regime de urgência. Mas de acordo com o SIMMP, o PL foi enviado sem que a categoria fosse ouvida, além de estar abaixo do esperado.

A vice-presidente do Simmp, Eliane Nascimento, em entrevista à Mega, falou da motivação do sindicato em ir à Câmara de Vereadores nesta sexta e definiu o PL como desrespeitoso e arbitrário.

“O que nós fizemos hoje foi dizer a esses vereadores que nós não concordamos com esse projeto, que é um projeto arbitrário, um projeto autoritário, um projeto que desrespeita toda a história do Simmp, toda a história do professor e mais do que isso, ele desrespeita o cidadão que tá aqui trabalhando, fazendo a educação funcionar”.

A vereadora Márcia Viviane (PT) lembrou da manifestação do SIMMP na quinta-feira, quando realizou a Primeira Marcha em Defesa da Educação, e seguiu a mesma linha da vice-presidente da categoria, falando que os servidores da educação estão sendo desrespeitados.

“Queremos aqui mais uma vez parabenizar o sindicato pela luta. Ontem (quinta-feira) estavam ocupando as ruas de Vitória da Conquista, denunciando todo o caos e arbitrariedade da prefeita Sheila em relação a essa categoria tão importante”.

A vereadora ainda acusou a Prefeitura de mentir no projeto enviado à Câmara. Segundo ela, a Prefeitura afirma ter havido diálogo com o SIMMP, o que é negado pela categoria.

“O projeto de lei em sua mensagem inicial assinado pela prefeita diz que houve diálogo com o sindicato que representa a categoria, e nós sabemos que isso não existiu. E vocês estarem aqui hoje é a prova de que esse diálogo não existiu”.

Por outro lado, o vereador Chico Estrela (AGIR), em seu momento de fala no plenário, acusou o SIMMP de ser manipulado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e que o sindicato não tem compromisso nenhum com os professores, diferente dos outros dois sindicatos (SINDAC e SINSERV) que, segundo ele, se preocupam com sua categoria.

“Os professores são manipulados por um sindicato pelego que defende os seus interesses e os interesses do Partido dos Trabalhadores”.

O vereador Luis Carlos Dudé (sem partido), líder da bancada da prefeita, saiu em defesa de Sheila Lemos, quando pediu aos sindicatos para que fizessem uma reflexão sobre os responsáveis por reajustar os salários dos servidores nos últimos anos.

“Vou fazer um desafio, vou fazer um desafio ao sindicato. Busque na história dos últimos 20 anos quem foi que melhor reajustou o salário dos funcionários públicos da prefeitura. Foi Sheila quem reajustou”.

A vice-presidente do SIMMP, Eliane Nascimento, disse que a categoria continuará mobilizada e que o sindicato deve estar presente na próxima sessão da Câmara.

“Nós iremos de novo na Câmara, na próxima quarta dia 27, pra deixar claro que nós não concordamos com essa arbitrariedade da prefeita. É uma forma de repúdio”, completou.