Terceira maior cidade da Bahia, Vitória da Conquista completa 184 anos neste sábado; Veja a história do município e os principais avanços em 2024

  • Ane Xavier e Danilo Souza
  • Atualizado: 12/11/2024, 07:46h

Neste sábado (9), Vitória da Conquista completa 184 anos desde sua emancipação política do município de Caetité, em 1840. A região onde está o atual município, inicialmente habitado pelos povos indígenas Mongoyó, Ymboré e Pataxó, foi palco de batalhas com bandeirantes portugueses que a colonizaram durante o século XVIII.

Vitória da Conquista: uma cidade marcada pelo dinamismo econômico -  Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista - PMVC

A cidade de Vitória da Conquista. Foto: PMVC

A chegada dos portugueses e as primeiras batalhas com os povos originários

Os colonizadores portugueses chegaram ao território onde atualmente se localiza Vitória da Conquista visando a exploração do ouro e a ocupação das terras para a Coroa Portuguesa. João Gonçalves da Costa, considerado como o líder do grupo que desbravou a região, não encontrou o metal precioso por aqui, mas permaneceu e fundou o Arraial da Conquista.

Um fato ligado ao bandeirante é a sua conduta violenta com os indígenas que aqui viviam, dizimando várias aldeias. Segundo os registros históricos estudados e divulgados no site da Prefeitura Municipal, João era português e um “preto-forro” - termo usado para se referir a uma pessoa que deixou de ser escravo. Ele conseguiu a liberdade em um acordo com a Coroa Portuguesa e em troca desbravava terras e batalhava pelo território. 

Ficheiro:João Gonçalves da Costa - bandeirante que conquistou o Sertão da  Ressaca.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Bandeirante João Gonçalves da Costa. Foto: PMVC

Os Ymborés foram o primeiro povo a batalhar contra os desbravadores em Vitória da Conquista. Eles tentaram resistir, mas foram escravizados, após serem vencidos pelos portugueses, que contaram com a ajuda dos Mongoyós para derrotá-los. O povo Pataxó trilhou o mesmo caminho dos Ymborés, tiveram êxito em uma fuga para o sul da Bahia, lugar onde possuem descendentes até hoje.

A falsa trégua no “Banquete da Morte”

Em 1752, aconteceu o “Banquete da Morte”, uma das maiores batalhas entre os indígenas e os bandeirantes portugueses. Há uma lenda popular, repassada de geração para geração, que João teria feito uma promessa para a Nossa Senhora das Vitórias; Se os bandeirantes vencessem o confronto, o líder construiria uma igreja no local. O episódio recebe esse nome pois, na ocasião, os portugueses convidaram os indígenas para uma suposta trégua, mas depois de terem consumido bebidas alcoólicas, os indígenas - entre eles crianças e mulheres - foram cercados por soldados e dizimados.

O que veio após a vitória portuguesa e o surgimento do Arraial da Conquista

No final do século XVIII, o território, que, naquele momento, se chamava Arraial da Conquista, se tornou destino para rebanhos bovinos, o que movimentou a economia local. A própria família de João Gonçalves da Costa foi uma das maiores responsáveis pela produção de leite e carne por mais de cem anos. 

Em 1840, o Arraial da Conquista foi elevado à categoria de vila, se desmembrando de Caetité e passando a ter uma denominação de Imperial Vila da Vitória pela Lei Provincial n.° 124, de 19-05-1840, de acordo com o IBGE. A Imperial Vila da Vitória se fixou em 9 de novembro de 1840. 

Durante este período, surgiram a rua da Moranga, rua do Aguão, rua dos Tocos e rua da Boiada, que hoje são, respectivamente, a Siqueira Campos, 10 de Novembro, Guilhermino Novaes e João Pessoa. Essas ruas ajudavam a ter acesso a outras cidades, como Ilhéus, Jequié e Poções. 

Em 1891, a vila passou a ser considerada uma cidade e recebeu o nome de Conquista. O nome Vitória da Conquista só se tornou oficial décadas depois, durante os anos 1940. 

Vitória da Conquista em 2024: o que mudou? 

Nas últimas semanas, Vitória da Conquista foi reconhecida em avaliações nacionais e internacionais e destacou-se entre os municípios brasileiros pelos avanços nas áreas de saúde, educação e segurança. O município está entre os 69 baianos contemplados na atual edição do Selo Unicef, que reconhece os esforços realizados em políticas públicas voltadas para a proteção de crianças e adolescentes.

O município do Sertão da Ressaca foi reconhecido por seu trabalho na melhoria de indicadores como o cuidado com a primeira infância, acesso à educação e proteção contra violência, além da promoção de saúde física e mental. 

Além do Selo Unicef, Vitória da Conquista foi classificada como a melhor cidade da Bahia para se viver, de acordo com o estudo "Desafios da Gestão Municipal 2024", realizado pela consultoria Macroplan. O levantamento analisou os 100 maiores municípios brasileiros com mais de 273.500 habitantes, considerando áreas como saúde, segurança e educação.

O município registrou um dos maiores avanços no Índice dos Desafios da Gestão Municipal (IDGM) nos últimos 13 anos, subindo 26 posições no ranking geral. O estudo também destacou o município como o mais seguro da Bahia, com redução nas taxas de homicídios e óbitos por acidentes de trânsito.

Na educação, a cidade registrou um aumento de 2,1 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 

Paralelamente aos avanços sociais, a população de Vitória da Conquista também apresentou crescimento. Segundo dados atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui atualmente cerca de 400 mil habitantes, um aumento em relação aos 370 mil registrados no Censo de 2022. Esse crescimento coloca a cidade como a terceira mais populosa da Bahia, atrás apenas de Salvador e Feira de Santana.

A nível nacional, Vitória da Conquista ocupa o 68º lugar entre os municípios mais populosos do Brasil.

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