NEM TODOS OS HOMENS, MAS SEMPRE UM HOMEM
Foto: GETTY
Por Lays Macedo
Uma sala de parto, por razões de violências obstétricas, abandono, falta de instruções..., vira e mexe se torna palco de dores e memórias tristes para mulheres. Ontem (11), um vídeo de um estupro durante uma sedação para a realização de uma cirurgia cesárea, cometido por um estuprador que estava como anestesista da sua vítima no momento.
Não compartilhe este vídeo. Ele não tem funcionalidade prática para nós, que não estamos longe do processo de investigação do crime, e só causa exposição desnecessária de um momento tão cruel para uma mulher.
O estuprador em questão faz parte da nossa sociedade. É protegido pela ordem misógina, elitista, racista que impera em nossa sociedade. Aprendeu a ser homem como a maioria dos homens aprende. Conta com a certeza de impunidade em crimes de violência contra mulheres como a maioria dos homens conta. Ele é só mais um homem capaz de cometer crime contra mulheres - assim como o colega que chupa o corpo de uma colega sem consentimento, assim como o marido que controla as roupas e dinheiro da esposa, assim como o cara que persegue a mulher que conheceu numa festa.
Sigo entorpecida por tantas tragédias divulgadas nos últimos dias contra mulheres, desesperada por pensar que crimes desses tipos estão acontecendo o tempo todo (e nem sempre contam com enfermeiras corajosas e com condições de filmar o momento que mais uma mulher está sendo violentada), lidando com as dores e medos que meu próprio ser vivenciam quanto mulher numa sociedade patriarcal e, sempre, sempre, sentindo muito por nós.
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Sobre a autora: Lays Macedo é jornalista - orgulhosa por ser da Uesb - e estudiosa do feminismo - ativa e atuante. Também faz parte do quadro da segurança pública da Bahia. Adora conversas e tudo aquilo que disseram para ela que mulher não pode.
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