Caso Luighi: medidas toleráveis contra intolerantes

Na última quinta-feira (06), o futebol vivenciou mais um lamentável caso de racismo na Libertadores Sub-20. O incidente ocorreu em Assunção, no Paraguai, durante a partida entre Cerro Porteño e Palmeiras. Luighi, atacante de 18 anos do time alviverde, foi vítima de ataques racistas ao ser substituído. Um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco e outros vândalos apoiaram a atitude, chegando a cuspir no jogador.

O camisa 9 do Palmeiras não conteve as lágrimas e expressou indignação com a arbitragem, que não parou o jogo para tratar do ocorrido, e com a imprensa, que ignorou o crime durante a entrevista pós-jogo. Mesmo triste e revoltado, o atacante foi corajoso e se posicionou durante a entrevista pós-jogo.

Imagem: Reprodução/Sportv/6.mar.2025

Esse não é o primeiro, nem será o último caso de racismo no futebol. Infelizmente, situações como essa já se tornaram rotineiras, principalmente com jogadores brasileiros. O fanático, ao passar pela catraca do estádio, parece ganhar um passe livre para ser criminoso, ou pelo menos extravasar a vontade de ser. O que se vê nas arquibancadas é um reflexo da sociedade, que, lamentavelmente, não gera otimismo para o futuro. Neste caso específico, o agressor que imitava um animal segurava uma criança no colo.

Além do ato criminoso em si, o que gera ainda mais revolta são as "medidas" criadas para combater o racismo. No dia seguinte ao caso, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, se pronunciou durante uma coletiva de imprensa e pediu a exclusão do Cerro Porteño da competição. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, também se manifestou sobre o ocorrido, afirmando que o compromisso da FIFA vai além das palavras. Porém, na prática, a Conmebol foi além de uma mera nota de repúdio e decidiu punir o Cerro Porteño, multando o clube em 50 mil dólares (cerca de R$ 290 mil). Além disso, o time foi impedido de ter torcedores em seus jogos pela competição e deverá promover uma campanha de conscientização por meio de suas redes sociais.

Não dá mais. São medidas toleráveis contra os intolerantes. O Cerro Porteño deveria ser expulso da competição ou, ao menos, os clubes brasileiros deveriam se reunir para deixar de disputar campeonatos pela Conmebol. Uma medida drástica precisa ser tomada, não só pela Conmebol, mas também pela FIFA, pela CBF e pelo Governo Federal. Caso contrário, será apenas mais um caso arquivado e o criminoso passará impune ao vestir a camisa do seu time. Ódio 1 x 0 Futebol.

 


Talles Rocha

Estudante de Jornalismo pela Universidade Estadual da Bahia (UESB), narrador esportivo e fundador do canal Gol a Gol no YouTube.

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